? A Fazenda e o Banco Central estão trabalhando junto com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para irrigar o sistema com esse crédito para que ele possa chegar aos consumidores e investidores das empresas que precisam dele ? disse.
De acordo com o ministro, o problema do Brasil ? “diminuto diante do tamanho da economia do país” ? foi a redução “drástica e momentânea do crédito”, que “pode ser equacionado sem prejuízos”.
? Já há uma recomposição, com os bancos operando com 70%, 80% dos créditos que possuíam antes. Não esquecendo que o crédito vinha crescendo em volume muito grande. Então, tinha uma gordura ? ponderou Mantega.
Para o ministro, os problemas que o Brasil enfrenta por causa da crise econômica global são menores do que os que atingem os países avançados.
? O contágio é mais psicológico do que real, diante do desespero com relação à crise. Não podemos deixar que haja esse contágio ? concluiu.
Socorro a empresas
O ministro reafirmou que o governo não salvará nenhuma empresa, porque esses são assuntos privados, de empresas que ousaram no mercado financeiro futuro, e por isso pagam o preço dessa ousadia, mas que adotará medidas para dar crédito a elas.
? O governo tem obrigação de dar crédito e liquidez a valores de mercado, e é isso que o Banco do Brasil e a Caixa estão fazendo. Não haverá nenhum subsídio, concessão especial. Não vamos absorver o prejuízo de nenhuma empresa. E o governo não está fazendo nenhum favor em estimular o crédito.
Segundo Mantega algumas medidas demoram para surtir efeito porque estão sendo implantadas pela primeira vez. Ele citou, o caso de empresas que tiveram problemas operacionais com os derivativos cambiais, como a Aracruz, maior fabricante de celulose de eucalipto do país, que fechou o terceiro trimestre com perda de R$ 1,642 bilhão, depois de registrar lucro líquido de R$ 260,8 milhões no mesmo período de 2007.
? Mas há perspectivas de que ela [Aracruz] consiga equacionar seus problemas nos próximos dias. Há outros problemas menores, que estão transcorrendo dentro das condições normais.
A Sadia e a Votorantim tiveram também prejuízos no terceiro trimestre ? a primeira, de R$ 760 milhões e a segunda, de R$ 586 milhões. Para Mantega, os valores dos derivativos que geraram problemas para as empresas podem ser absorvidos pela economia brasileira sem problemas.
? Essas são as três maiores empresas que tiveram tal problema. As demais são menores e muitas vezes têm problemas só de crédito, porque são exportadoras. Elas têm lastro para fazer as operações, apenas precisam de caixa para cobrir a margem do aumento do dólar ? afirmou.
De acordo com o ministro, não se sabe a dimensão exata do problema, porque uma parte das operações foi feita na BM&F, outras são operações de balcão e outras no Exterior, que só são reveladas quando o banco declara.
? Estamos perguntando aos bancos qual é o montante dessas operações. Nenhum valor grande foi mencionado até agora. O maior valor até agora é da operação da Aracruz, portanto, é bem absorvido pela economia brasileira.