Confirmada uma rentabilidade média de 20% por lavoura, o resultado significa R$ 440 milhões a mais no bolso dos produtores gaúchos. Segundo levantamento concluído nessa quinta, dia 14, a soja deve render 12 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul (o recorde anterior era de 10,2 milhões de toneladas em 2009/2010). São 3 milhões de toneladas a mais que as previsões iniciais, feitas sob a ameaça do La Niña.
A projeção, que supera a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está baseada na alta produtividade das áreas mais rentáveis do norte gaúcho. Em algumas lavouras de soja, a colheita chegou a 70 sacas por hectare.
O relatório será apresentado nesta sexta ao governador Tarso Genro pelo secretário da Agricultura Luiz Fernando Mainardi, em Lagoão.
Segundo Mainardi, cada real gerado no campo pode ser multiplicado por quatro para medir o impacto da produção nas economias locais. O desafio agora, de acordo com o secretário, é garantir renda na comercialização e contornar as dificuldades de armazenamento, já que a estrutura de estoques do Estado tem um déficit avaliado em 5 milhões de toneladas.
? Os silos estão abarrotados. Em algumas cidades, a soja está ao relento, correndo riscos ? avaliou o analista Antônio Sartori, da corretora Brasoja.
O especialista aposta em uma produtividade média acima de 50 sacas e numa colheita de 12,7 milhões de toneladas do grão, especialmente devido às lavouras do norte gaúcho.
Ao estimar uma rentabilidade de 20% por hectare, algo entre oito e 10 sacas de lucro para cada produtor, o gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Gelson Melo de Lima, pondera.
? Se o câmbio não fosse tão desfavorável, a situação estaria melhor ainda.
Na Farsul, o clima também é de entusiasmo. O coordenador da Comissão de Grãos da entidade, Jorge Rodrigues, avaliou que a estabilidade da cotação da soja num patamar próximo de R$ 45 por saca é garantia de um ano para realizar lucros ? depois de sucessivas safras no vermelho:
? Finalmente, vamos respirar.