A sua saída havia sido antecipada pela Agência Estado em março, quando o secretário lembrou que, antes mesmo de assumir o posto, informou ao governador que ficaria por alguns meses à frente da pasta, pois pretende dar prosseguimento a projetos pessoais.
Sampaio ocupou o posto nas administrações José Serra e Alberto Goldman e foi mantido por Alckmin. É possível que o Palácio dos Bandeirantes defina um nome para substituir o secretário até segunda ou opte por manter, interinamente, o atual secretário adjunto de Agricultura e Abastecimento, Antonio Julio Junqueira Queiroz. A maior dificuldade para a definição do novo secretário é o DEM, que não respondeu se aceitará assumir a pasta. Nesta quinta, dia 14, o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), o ex-senador Marco Maciel (PE) e o deputado federal ACM Neto (BA) se reuniram com Alckmin e sugeriram o nome do deputado federal Rodrigo Garcia (SP) para o cargo.
? As negociações caminharam bem ? disse um assessor de Garcia, sem dar detalhes.
Com a saída do vice-governador Guilherme Afif Domingos da sigla, rumo ao PSD, o DEM cobra uma pasta pelo apoio histórico dado ao PSDB no governo paulista. Nos bastidores, o DEM tem pleiteado a secretaria de Desenvolvimento Econômico, ocupada hoje também pelo vice-governador. Caso não tenha sucesso na empreitada, a sigla pode ocupar a Agricultura, apesar dos ganhos políticos limitados que a pasta pode trazer para o Rodrigo Garcia, cuja intenção é ser candidato a prefeito de São Paulo em 2012.
? Faz sentido o Rodrigo Garcia ser secretário de Agricultura, porque ele já foi adjunto, é produtor rural e tem conhecimento do tema ? disse uma fonte ligada ao Palácio dos Bandeirantes.
O deputado federal foi secretário-adjunto de Agricultura de Antonio Cabrera Mano Filho, que comandou a pasta durante do governo Mário Covas, entre 1995 e 1996. À época, tanto Cabrera como Garcia eram do então Partido da Frente Liberal (PFL), que deu origem ao DEM. Paralelamente, outros nomes surgem para ocupar a vaga de Sampaio, caso Alckmin não opte por uma escolha política, preferindo técnicos. Entre eles, estão o do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, o do ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, que já foi secretário de Agricultura na década de 1980, e o do ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes.