A pesquisa, realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aponta cenários de produção, participação no mercado mundial, exportação e consumo de 18 produtos da pauta agropecuária do país.
A produção dos principais grãos, como soja, milho, trigo, arroz e feijão deverá passar de 139,7 milhões de toneladas, em 2007/2008, para 180 milhões, em 2018/2019, com crescimento de 28,7%. Já a produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá aumentar em 12,6 milhões de toneladas, totalizando acréscimo de 51%, em relação à produção de 2008. Outros itens com alto potencial de crescimento são: açúcar (mais 14,5 milhões de toneladas), etanol (37 bilhões de litros) e leite (9 bilhões de litros).
? As projeções permitirão identificar trajetórias possíveis e estruturar visões de futuro do agronegócio no contexto mundial, para que o país continue crescendo e conquistando novos mercados ? afirma o coordenador-geral da AGE, José Garcia Gasques.
Exportações e mercado mundial
Segundo a pesquisa, o Brasil manterá sua posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango. Em uma análise mais ampla, haverá expressiva mudança de posição do país no mercado mundial. A relação entre as vendas externas brasileiras e o comércio mundial mostra que, em 2018/2019, as exportações de carne bovina representarão 60,6% do comércio mundial, as de carne suína, 21% e as de carne de frango, 89,7%.
Quanto a outros produtos, o Brasil deve melhorar sua posição no comércio mundial, devido à relação entre quantidade de exportações e comércio mundial. Essa relação, para a soja, deverá sair de 36%, em 2008, para 40%, em 2018/2019; para o óleo de soja, de 63 % para 73,5 %; para o milho, de 13% para 21,4%, e, para o açúcar, de 58,4% para 74,3%.
Mercado interno
Apesar de a previsão de forte aumento nas exportações, o mercado interno será um grande fator de crescimento nos próximos anos, aponta o estudo. Do aumento previsto nos próximos 10 anos na produção de soja e milho, 52% deverão ser destinados ao consumo interno. A distribuição será da seguinte forma: 57,9% do aumento da produção de milho deverão ser destinadas ao mercado interno, em 2018/2019, assim como 44,9 % do aumento da produção de soja.
Haverá, assim, uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, relacionada ao crescimento do mercado interno e às exportações do país. Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção, de 12,6 milhões de toneladas entre 2007/2008 a 2018/2019, 50% deverão ser absorvidos internamente.