Na estrada, um pagador de promessas, um peregrino e sua cruz. Os passos ligeiros são de alguém preocupado em cumprir um compromisso de fé e penitência. O romeiro José Tomé Dias tem pressa e deseja logo chegar no destino. A cruz que o romeiro carrega tem mais de 40 metros e pesa 40 quilos.
Assim como Dias, outros romeiros se unem em Pirapora do Bom Jesus na sexta-feira santa. Um momento de celebração, para refletir sobre a vida e de pensar os erros e os novos caminhos a seguir.
Há 18 anos, José Luiz Marson carrega mais de 150 quilos e oito metros de cruz e o filho faz o mesmo. Eles saíram no dia 18 de abril de Boituva, distante cerca de 100 quilômetros de Pirapora. Na chegada, a emoção falou mais alto.
As cruzes ficam em frente da igreja e algumas chegam a medir mais de 15 metros. Em 286 anos de história, o lugar tem fama de milagroso. Em 1725, foi encontrada uma imagem, no rio Tietê, que deu origem à igreja de Pirapora do Bom Jesus. Depois de muitos milagres, a cidade ficou conhecida e recebe centenas de romeiros, vindos de diversas partes de São Paulo.
A imagem de madeira do Senhor Bom Jesus, o padroeiro da cidade, reúne gente que busca consolo, uma maneira de também agradecer os pedidos. Quando entra na casa dos milagres, a romeira Sebastiana maurício jesus bueno, lembra da infância.