No município, o projeto atraiu 58 famílias, que cultivam 148 hectares da lavoura em quatro assentamentos. Junto com um grupo de São Francisco de Assis, em 2010 esses núcleos receberam investimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de R$ 280 mil em preparo do solo, estrutura de irrigação, drenagem e plantio.
O superintendente interino do instituto no Estado, Roberto Ramos, explica que a atividade acaba envolvendo um maior número de trabalhadores, o que segura os assentados na terra.
? Se produzido de forma orgânica ou agroecológica, ele reduz substancialmente os custos de produção e também requer maior uso de mão de obra, o que é disponível nos projetos de assentamento, por conta da quantidade de famílias envolvidas no processo e tamanho das áreas que é destinada para cada uma ? salienta.
As ações são coordenadas pelo Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs). O preço médio é de R$ 28 por saca, mas que pode aumentar dependendo do rendimento. Para estimular a qualificação da produção, o grupo instituiu nesta safra o pagamento maior pela qualidade do arroz.
Segundo o presidente da Coceargs, Émerson Giacomelli, o crescimento médio do número de famílias por ano que produzem o grão ecológico é de 20%, com aumento de 25% de área. Giacomelli destaca os benefícios ambientais e de mercado deste tipo de produção.
? É uma vantagem ambiental, que zela pela natureza e tem uma relação de respeito entre os seres vivos da propriedade, e uma outra vantagem é que temos um mercado crescente de consumidores de produtos orgânicos. Isso tem proporcionado uma geração de renda para as famílias envolvidas no programa ? ressalta.
Segundo a Coceargs, são 420 famílias que produzem o arroz agroecológico no Estado, com 2,8 mil hectares certificados. A expectativa é que esta safra renda pelo menos cem mil sacas do grão, que terá, como um dos principais destinos, as escolas, devido à lei da merenda escolar.