Setor produtivo do RS vai a Brasília discutir crise do arroz

Seis audiências estão marcadas para esta terça, dia 26Lideranças do setor produtivo do Rio Grande do Sul têm pelo menos seis audiências marcadas para esta terça, dia 26, em Brasília. A maratona de encontros vai ser mais uma tentativa de buscar uma solução para o problema do arroz. O baixo preço pago pelo produto e os altos estoques da safra passada geraram a crise.

O produtor rural Jorge Luiz Dutra dos Santos não esconde o desânimo. Ele diz que muitos produtores estão pensando em não plantar arroz no ano que vem por causa do preço. A perspectiva de uma safra recorde, estimada em quase nove milhões de toneladas, derrubou as cotações. A saca de 50 quilos é vendida em média a R$ 19,20, mais de R$ 5cinco reais abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo.

? Tem que arranjar uma solução agora para essa safra. Só que no plantio, agora em setembro, outubro, novembro. Nós temos que dar esse apoio ao produtor. Nós temos que dar um subsídio, óleo de R$ 1,90 a R$ 1,30, um adubo. Nós temos que ter o arroz com custo que possa ser competitivo com o mercado internacional. Só que para nós fazermos isso, nós temos que dar o apoio na planta, não na colheita ? relata o produtor.

Uma comitiva de representantes dos produtores deixou com o governador gaúcho Tarso Genro um documento com reivindicações para ser entregue a presidente Dilma Rousseff.

? Essa semana tem reunião do Conselho Monetário Nacional. Nós estamos pedindo o cancelamento das dívidas até 31 de outubro e que neste prazo se construa o reescalonamento de todo esse endividamento que é o fardo que o produtor não tem mais que carregar. A questão da prorrogação de 100% do EGF, também novo prazo para Produsa [Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável] e outras questões que nós estaremos trabalhando lá ? informa Renato Rocha, presidente da Federarroz.

A produção nacional é quase toda centralizada nas lavouras do Estado. 74% do arroz brasileiro é plantado no Rio Grande do Sul.

? A situação é muito difícil. O preço que está sendo comercializado o arroz hoje aqui no Estado é o preço do inço. É inaceitável o que está acontecendo. Se o governo federal não tomar providências rápidas, urgentes, para dar sustentabilidade para a cadeia produtiva, pode ser destruída uma cadeia produtiva que tem 100 anos aqui no Estado ? afirmou Tarso Genro, governador do RS.