O procedimento é mais lento do que o convencional. Ele precisa de seis dias para finalizar o processo. Na secagem a lenha, o processo demora apenas seis horas. Só que a rapidez custa caro. São necessários pelo menos R$ 200 de investimento em lenha para secar 700 sacas. Agora, com a ajuda da natureza, os produtores economizam esse dinheiro.
A secagem solar tem a vantagem de não deixar odores no grão, que também é usado na merenda escolar. É como se o milho tivesse recém-saído da lavoura.
O agricultor Luiz Boldrini foi um dos primeiros produtores de Joaçaba a apostar na técnica. Para obter o silo de armazenagem, que tem 10 placas para absorção da energia, um gerador e um motorzinho elétrico, Boldrini investiu R$ 50 mil.
A ideia rendeu economia e conforto. O trabalho, que antes era braçal, porque demandava fogo e constantes mexidas no milho, é feito apenas pela força do sol. Segundo os produtores, a secagem natural é cinco vezes mais barata do que a convencional.
? Antes, era necessário acompanhar todo o processo e o milho ficava com gosto de fumaça. Agora, colocamos o milho a secar e saímos para passear ? afirma Luiz.
Os silos, desenvolvidos no Rio Grande do Sul, funcionam também em dias nublados. Para alimentar o motor o agricultor gasta, em um ano, R$ 0,50 por saca. A cada seis dias, é possível secar 48 toneladas do grão.
O produtor Antonio Darold também aposta no milho seco pelo sol para alimentar o gado leiteiro.
? O milho é seco naturalmente. Os animais se alimentam com qualidade e dão maior retorno ao produtor ? avalia, ressaltando que a sua produção saltou de 10 mil para 12 mil litros de leite por mês.
A safra de milho deste ano está sendo considerada uma das recordes em produtividade. Dados de um levantamento feito este mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a média de produção no Estado deve ficar em 6,4 quilos por hectare. O número é equivalente ao do ano passado e considerado o melhor do país.