Segundo o assessor especial de agricultura irrigada da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, Amarildo Kalil, o plano diretor vai balizar as ações do Governo de Minas, por meio de uma política pública voltada para o uso racional e sustentável das áreas com potencial para irrigação. A iniciativa é pioneira no país, e vai servir de referência para outros Estados.
? A expectativa é de que o modelo mineiro sirva de base para outras unidades da federação, uma vez que o Estado apresenta uma síntese dos principais ecossistemas nacionais ? explica.
Amarildo Kalil afirma ainda que o uso sustentável da irrigação possibilita multiplicar a produtividade das culturas, atendendo à crescente demanda mundial por alimentos, sem a necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas.
? Em Minas, são utilizados apenas 18% da área com potencial irrigável, e o aumento no uso da tecnologia vai trazer benefícios econômicos e socioambientais, na medida em que vai aumentar a produção de alimentos, gerar emprego e renda, além de reduzir a pressão para a incorporação de novas áreas ao processo produtivo ? explica.
Culturas indicadas
De acordo com o Plano Diretor, as culturas mais viáveis para a irrigação no Estado são o café, com destaque para a região do Alto Paranaíba, que tem aproximadamente 90% das lavouras cafeeiras irrigadas; a pastagem voltada para a produção leiteira (Norte, Jequitinhonha, Noroeste, Triângulo e região Central) e o plantio de hortigranjeiros, realçando o cinturão verde na região metropolitana de Belo Horizonte.
? Estes são os setores onde o uso da irrigação apresenta maior retorno social ? afirma o assessor da Secretaria.
O Plano mostra que, com a utilização da irrigação, existe um potencial para a duplicação do valor bruto da produção para os produtores com renda anual de até R$ 400 por hectare. Para os produtores com renda entre R$ 400 e R$ 800 por hectare, é possível aumentar em 40% o valor bruto da produção, sendo metade por expansão de área irrigada e a outra por ganho de eficiência no uso da água (neste caso para os agricultores que já utilizam a irrigação).
Já o grupo de produtores com ganho acima de R$ 800 por hectare, existe um potencial para aumentar em 30% o valor bruto da produção, por meio do sistema de gestão da sustentabilidade organizado por microbacia, que será a unidade de planejamento e gestão do plano diretor.
? Desde a instalação do Fórum Nacional da Agricultura Irrigada, há três anos, Minas Gerais defende a necessidade de uma política de agricultura irrigada e não apenas de obras para irrigação ? afirma o secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura, Paulo Afonso Romano, ao propor a elaboração do Plano Diretor que inova em conceitos como aprimoramento da gestão da propriedade, assegurando a sustentabilidade.