Em entrevista nesta segunda, dia 2, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, esclareceu que o valor já é cobrado de micro, pequenas, médias e grandes empresas. Só que os recursos vão direto para os cofres da União, sem passar pelo Estado.
Com a aprovação do cadastro pela Assembleia, o governo estadual terá direito a 60% dos valores arrecadados, que poderão ser divididos com os municípios, com quem o Piratini pretende estabelecer uma parceria.
Sobre outro item do pacote, Pestana reiterou que o governo pagará as Requisições de Pequeno Valor (RPVs), conhecidas como pequenos precatórios, até o limite de 40 salários mínimos. RPVs de até sete salários mínimos serão pagas em 30 dias, e as demais devem ser quitadas em até seis meses. A novidade, conforme Pestana, é que, se o governo não pagar no prazo estipulado, o valor será corrigido monetariamente por um indicador ainda indefinido. O Piratini quer limitar as RPVs a 1,5% da receita corrente líquida anual (cerca de R$ 350 milhões), mas também poderá utilizar recursos provenientes da dívida ativa, caso haja um aumento do valor arrecadado.
Já o projeto da inspeção veicular deve criar a taxa que será cobrada dos motoristas e autorizar o governo estadual a negociar com os municípios a execução do serviço. Até a noite desta segunda, dia 2, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ainda não tinha definido o valor da taxa, mas é certo que ficará entre R$ 60 e R$ 90.
Perguntas e respostas
O Estado se prepara para enviar à Assembleia uma proposta que prevê a criação do cadastro estadual de atividades potencialmente poluidoras. Está prevista ainda a regulamentação da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). A seguir, tire suas dúvidas:
Qual é o objetivo do cadastro estadual?
Segundo o governo, instituir um banco de dados destinado ao controle de atividades possivelmente danosas ao ambiente. Com isso, agilizar e qualificar o controle, a fiscalização e o licenciamento ambiental no Estado.
O Estado vai criar um novo tributo?
Não, mas vai ampliar a arrecadação com um já existente. Diretores da Secretaria de Meio Ambiente e da Fepam informam que a taxa ambiental já é cobrada no Estado, só que os recursos vão para os cofres do governo federal.
O que o governo pretende com o projeto?
Apesar de a legislação prever o rateio com os Estados, por meio de um acordo de cooperação com o Ibama, o Rio Grande do Sul ainda não havia aprovado a regulamentação na Assembleia. Com a aprovação do cadastro no Legislativo, o Estado terá direito a 60% dos recursos. O governo Tarso já demonstrou disposição de estabelecer uma parceria com os municípios. Dos valores repassados ao Estado, a ideia é destinar até 60% às prefeituras.
Quanto é cobrado das empresas?
Os valores cobrados trimestralmente variam de R$ 50 para microempresas com alto potencial de poluição até R$ 2.250 para grandes empresas na mesma categoria. Pessoa física e microempresas de médio potencial poluidor estão isentas.
Quanto o governo federal arrecada hoje no Estado com a taxa?
R$ 15 milhões ao ano.
Há perspectiva de aumentar a arrecadação?
Sim. Em quatro anos, o governo estadual esperar arrecadar R$ 60 milhões ano ? excluindo desse valor a parte do Ibama.
Para onde irão os recursos arrecadados?
O diretor do sistema integrado de gestão ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Rafael Lameira, informa que o propósito é aplicar os recursos em fiscalização e controle ambiental.
O cronograma do governo para apresentar o pacote.
TERÇA, 19H30MIN
– Reunião com os líderes dos partidos da base aliada no galpão crioulo do Palácio Piratini.
– Serão apresentados números e diretrizes do conjunto de medidas.
QUINTA-FEIRA, PELA MANHÃ
– Os líderes da base aliada receberão uma minuta com as propostas que serão apresentadas ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão). A ideia é dar um prazo de 10 dias a duas semanas para que os deputados apresentem sugestões e críticas.
QUINTA-FEIRA, 14H
– O governador Tarso Genro e o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, apresentaram as medidas ao Conselhão. Se os novos estudos sobre a sustentabilidade das reformas na previdência estadual não estiverem concluídos, o governo deverá apresentá-los numa nova reunião, na próxima semana.
REGIME DE URGÊNCIA
– Os projetos devem ser enviadas à Assembleia até o fim de maio, para que sejam votados até o final do semestre. Com exceção da inspeção veicular, todas devem entrar em vigor ainda este ano.