O diretor de Operações Florestais, Suprimentos, Papel e Estratégia da Fibria, Marcelo Castelli, classificou o projeto Losango como não estratégico para a companhia. Segundo Castelli, a empresa também estuda utilizar a operação que mantém no Estado para outros fins, como geração de energia e exportação de cavacos de madeira para a fabricação de celulose.
O projeto no Rio Grande do Sul, que se iniciou em 2004 e previa a construção de uma fábrica de papel avaliada em US$ 2 bilhões, deve ser negociado para reduzir a dívida líquida da companhia, que chega a R$ 7,9 bilhões. O anúncio foi feito em teleconferência para divulgar os resultados da empresa no primeiro trimestre de 2011.
A companhia só registrou lucro de R$ 389 milhões porque se desfez das operações da Conpacel e KSR, transferidas para a Suzano. A venda injetou R$ 1,5 bilhão no balanço da empresa.
Castelli não informou se há outras empresas de celulose interessadas no projeto Losango, que pertencia à VCP antes da aquisição da Aracruz, em janeiro de 2009. O projeto envolve base florestal de 55 mil hectares em 28 municípios da metade sul do Estado e causou euforia na época de sua implantação.
Além do plantio de florestas, a concepção original previa a construção de uma fábrica até o final deste ano, com capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas anuais de celulose. Rio Grande e Arroio Grande disputavam o investimento industrial.
Mas a crise financeira global de 2008 fez os preços da celulose desabar, e a Fíbria preferiu concentrar atenções no complexo industrial de Três Lagoas (MS), que tem capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano. A primeira fábrica do complexo entrou em operação em março de 2009.