Alimentos ajudam a desacelerar inflação pelo IPP, aponta IBGE

Índice atingiu 0,39% em março, ante alta de 0,6% em fevereiroOs preços dos alimentos, que puxaram a alta do Índice de Preços ao Produtor (IPP) no fim do ano passado, agora ajudam a desacelerar o índice, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo registrou recuo de 0,59% em março ante o mês anterior, após uma queda de 0,50% em fevereiro.

? Os alimentos estavam num patamar muito alto no ano passado. Hoje, há uma tendência mundial de queda nos preços das commodities agrícolas no mercado internacional ? disse Cristiano Santos, da Coordenação de Indústria do IBGE.

Considerando o índice geral, o IPP desacelerou para 0,39% em março, ante alta de 0,60% em fevereiro.

Petróleo

A alta do petróleo no mercado internacional influenciou os dois itens de maior impacto na inflação apurada pelo IPP em março. O refino de petróleo e produtos de álcool contribuiu com 0,22 ponto porcentual para a alta de 0,39% do IPP, enquanto outros produtos químicos garantiu uma contribuição de 0,15 ponto porcentual. Em fevereiro, esses grupos tiveram influência de 0,08 ponto porcentual e 0,35 ponto porcentual, respectivamente, sobre a taxa de 0,60% do IPP.

? O óleo diesel e outros combustíveis subiram por causa da alta do preço do petróleo no mercado externo. Como o petróleo é insumo também de outras matérias-primas ou de derivadas, a alta do barril influencia a categoria outros químicos, além de refino ? explicou Santos.

Ele disse ainda que, apesar da alta nos preços do etanol, não houve grande influência sobre o IPP, porque o peso do petróleo é maior sobre o índice. O grupo metalurgia teve uma influência menor no IPP de março, de 0,05 ponto porcentual, ante 0,10 ponto porcentual na apuração de fevereiro. O grupo alimentos aumentou a influência negativa, de 0,09 ponto porcentual para 0,11 ponto no mesmo período.

Veículos

Os preços do setor de veículos automotores recuaram 0,09% em março ante fevereiro. A queda foi ainda maior que a verificada no mês anterior, de 0,07%, na mesma base de comparação. Porém, o setor ainda acumula uma alta de 0,11% em 2011. Na comparação com março de 2010, houve recuo de 0,23% nos preços do setor de veículos.

? O grupo de veículos automotores tem um peso grande no IPP. Mas há uma variação muito pequena nesse setor, que apresenta certa estabilidade ? disse Santos.

Entre os produtos que mais contribuíram para a deflação do setor em março estão automóveis para passageiros, caminhões a diesel, peças para motor e caminhão-trator para reboques e semirreboques, que juntos representam uma contribuição de aproximadamente 70% para o grupo. Apenas caminhão-trator para reboques e semirreboques apresentou uma variação maior na comparação com fevereiro, enquanto o item caminhões a diesel registrou alta em relação a março de 2010. O IBGE não divulga as variações por produto, para preservar o sigilo das empresas.