O cenário para uma possível elevação nos preços, segundo a CNA, se dá pela retração da oferta do milho safrinha. Os produtores esperam a definição sobre a produção da segunda safra, que, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deve ser de 23,5 milhões de toneladas.
? O risco climático na maioria dos Estados produtores, em função do atraso no plantio das lavouras, poderá comprometer o resultado final ? informou o boletim.
O milho é considerado uma referência entre os cereais porque, além de servir para a alimentação humana, é base para a produção de proteína animal, compondo as rações de frangos, suínos e bovinos.
Em comunicado divulgado nesta quinta, dia 5, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o especialista em cereais Abdolreza Abbassian, disse que de todos os cereais em alta de preços, o milho é o que mais preocupa.
? Este ano necessitaríamos rendimentos acima da média, se não recorde, nos Estados Unidos para que melhore a situação do milho, mas o plantio está consideravelmente atrasado devido às condições de frio e umidade sobre a terra ? afirmou.
Em relação à alta geral dos preços internacionais dos grãos, a FAO disse que foram compensados pela queda no valor do açúcar, do arroz e de produtos lácteos, enquanto as carnes permaneceram em níveis estáveis. Segundo o diretor da Divisão de Comércio e Mercados da entidade, David Hallam, a volta dos preços a patamares anteriores é complicada.
? Com uma demanda que continua sendo elevada, as perspectivas para uma volta a preços mais normais dependem em grande parte de quanto será o aumento da produção em 2011 e de quanto as reservas de cereais serão repostas na nova temporada ? disse Hallam.