Marfrig aposta em crescimento orgânico e diz não ter planos para aquisições

Presidente Marcos Molina prefere não comentar possível compra de marcas da BRFO executivo-chefe e presidente do conselho de administração do grupo Marfrig, Marcos Molina, reafirmou que o ano de 2011 será de crescimento orgânico e aquisições não estão nos planos da companhia no momento. 

? Hoje, nosso foco é crescer organicamente e capturar as sinergias das nossas aquisições recentes ? disse, em teleconferência com jornalistas.

Questionado se a Marfrig seria um potencial comprador de marcas da Brasil Foods (BRF), caso o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) venha a aprovar a fusão com restrições, Molina preferiu “não comentar o assunto”. Sobre investimentos, a companhia reafirmou os aportes de R$ 600 milhões, 80% a menos do que o ano passado (se considerados os dispêndios com aquisições) e cerca de 70% do total investido em 2010, sem aquisições. No primeiro trimestre, os investimentos somaram R$ 284,5 milhões, na construção, manutenção, modernização e/ou expansão das unidades, além de aportes em matrizes.

O diretor de Relações com Investidores e de Planejamento Estratégico da Marfrig, Ricardo Florence, afirmou que a empresa está com uma posição de caixa confortável: R$ 3,162 bilhões, queda de 18,4% ante a posição de dezembro, mas quase o dobro do montante do primeiro trimestre de 2010.

? Mesmo com um caixa robusto, não está nos nossos planos, no momento, aquisições ? afirmou Florence.

Após a emissão de um título de US$ 750 milhões (ou R$ 1,2 bilhão) no começo do mês para alongamento da dívida, Florence não vê necessidade de fazer outra operação nesse ano.

? Nós acreditamos que um nível confortável de vencimentos de curto prazo é abaixo de 20% do total de dívidas. Com essa operação, já nos aproximamos desse porcentual (29,6% da dívida total). Portanto, nesse ano estaremos equacionados em termos de estrutura de capital ? disse.

O grau de alavancagem – medido pela relação dívida líquida e Ebitda – da Marfrig no primeiro trimestre ficou em 3,59 vezes, ante 3,07 vezes no trimestre anterior e 3,98 vezes no primeiro trimestre de 2010.

A dívida bruta consolidada da companhia foi de R$ 9,308 bilhões ao final de março, aumento de R$ 81,1 milhões ante o final de dezembro, devido principalmente à quitação de dívidas de longo prazo. A composição do endividamento bruto por moeda foi de 26% em reais e 74% em outras moedas, em linha com os 66,6% das receitas do grupo geradas em outras moedas em 2010. Da dívida total do grupo, 56,5% é garantido por notas promissórias ou outros instrumentos financeiros.