A eleição de Obama foi assunto entre participantes de um seminário sobre agroenergia que ocorre em Porto Alegre (RS). O pesquisador Jaime Finguerut, gerente Centro de Tecnologia Canavieira, acredita que o novo presidente vai buscar tecnologia desenvolvida nos laboratórios brasileiros para diminuir a dependência do petróleo comprado do Oriente Médio.
? A política de desenvolvimento de tecnologia junto com o Brasil vai ser colocada em prática por Obama. Apesar de que provavelmente eles não vão comprar tanto nosso álcool, vão pensar mais no futuro.
Somente nos primeiros oito meses do ano, o Brasil vendeu um bilhão de litros de álcool combustível para os Estados Unidos. É um terço das exportações brasileiras do produto. O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireef, não acredita que essas vendas vão sofrer cortes.
? A nossa expectativa é de que esse compromisso de Obama em mudar a matriz energética norte-americana, tirando a dependência dos combustíveis fósseis do mundo árabe, possa beneficiar a produção de etanol do Brasil.
Mas não é apenas o setor do álcool que acompanha com atenção os próximos passos do governo dos Estados Unidos. Representantes do agronegócio em todo o Brasil analisam com otimismo a eleição de Barack Obama.
O produtor rural Luis Alberto Novaes, de Maracaju (MS), vai plantar 1,7 mil hectares de soja na próxima safra. Ele torce para que Obama cumpra a promessa de campanha de reduzir subsídios para os agricultores norte-americanos.
? Se lá [EUA] assumirem uma posição concreta de reduzir os subsídios vão gerar um desgaste grande com a classe produtora. Vamos saber como isso fica de agora em diante ? diz ele.
Já o pecuarista Claudio Sabino de Carvalho, de Minas Gerais, acredita que a mudança na presidência norte-americana vai trazer benefícios para as relações dos Estados Unidos com o Brasil.
? Acho que vai haver uma mudança boa para o nosso negócio. Só a expectativa otimista que a mudança de presidente está gerando já é boa para o mundo inteiro ? analisa o produtor.