Somente o clima pode comprometer esse cenário positivo. Mas, para se protegerem, os agricultores paranaenses estão apostando nas ferramentas de comércio disponíveis no mercado.
O Paraná plantou 1, 6 milhão de hectares de milho neste inverno. Área 21% maior em relação à safra do ano passado. 45% das lavouras estão em fase de floração, 26% estão em desenvolvimento vegetativo e outros 26% em frutificação. A falta de chuva dos últimos dias e a queda mais acentuada na temperatura não afetaram o milho, por enquanto.
Entre as razões que levaram o produtor do Paraná a aumentar a área com milho de inverno, o preço é a mais forte. Essa reação de mercado está ligada a fatos como o aumento de demanda pela China, ao uso do milho como biocombustível nos Estados Unidos e aos leilões do governo federal, que ajudaram a melhorar os preços no mercado doméstico. Mas, como o clima ainda é um grande risco para a cultura, os produtores estão investindo em alternativas para garantir a renda.
O produtor João Resende Paiva, de Cambé, manteve os 192 hectares de milho do inverno passado, porém, aumentou a tecnologia. Espera uma produtividade superior a 100 sacas por hectare. O risco de geadas é um problema, e a oscilação nos preços futuros também. Ele fez um contrato de opção para evitar possíveis perdas com o clima e na comercialização.
? O mercado foi de R$ 23. Se for vendido a R$ 24, eu vou receber R$ 23. Se for R$ 24,10, eu vou receber R$ 23,10. Um real fica de diferença para a firma que fez o contrato comigo. Se o mercado baixar de R$ 23, está o contrato travado a R$ 23, e se, por infelicidade, acontecer um imprevisto, como uma geada, o contrato é desfeito e fica tudo sem valor algum ? disse o produtor.
Segundo ele, é mais tranqüilo trabalhar dessa forma.
? Acho bem mais tranquilo. Eu não quero ganhar ‘horrores’, eu só quero ter condições de ter lucro, só isso ? relatou João Paiva.