Em entrevista à imprensa na última semana, Rebelo disse que o estudo da SBPC, que recomenda que as discussões sobre as mudanças no código tivessem, pelo menos, dois anos de discussões a mais, foi produzido com recursos do que chamou de “lobby ambientalista formado por organizações como Greenpeace e WWF”.
A SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), que elaboraram juntas o documento, disseram que nenhuma organização não governamental ambientalista participou do grupo de trabalho que definiu as sugestões da comunidade científica sobre o novo Código Florestal.
? Em nenhuma reunião houve participação do WWF, do Greenpeace ou de outras ONGs. Além disso, todos os membros do grupo trabalharam de forma completamente voluntária. As despesas para participação dos pesquisadores nas reuniões do grupo de trabalho foram custeadas pela SBPC e instituições às quais eles estão vinculados profissionalmente ? disse a entidade através de nota.
Segundo a SBPC, Rebelo foi convidado a participar das discussões ainda em 2010, mas recusou o convite dos cientistas alegando estar em campanha eleitoral na época. A entidade também rebateu a crítica de Rebelo sobre a ausência da comunidade científica em debates sobre o Código no Congresso Nacional. A SBPC argumentou que só recusou um convite dos parlamentares, em novembro de 2010, porque as posições dos cientistas ainda não estavam definidas.
? Diferente do sistema político atual, que permite campanhas eleitorais financiadas pelo interesse de poderosos grupos econômicos, a ciência não tem assento no poder. Melhor faria o deputado Aldo Rebelo em ater-se objetivamente aos argumentos substanciais colocados pela ciência no debate em pauta, porque é isto que interessa à nação e é o que se espera de um legislador independente, consciente e responsável, que represente os legítimos interesses da sociedade ? disse a entidade na nota.