Criado grupo para elaborar mudanças na lei ambiental

Objetivo é atualizar o Código Florestal sobre preservação nas propriedades agrícolasGoverno, produtores, parlamentares e ambientalistas se reuniram nesta terça, dia 11, para discutir mudanças no Código Florestal brasileiro. No encontro, um grupo de trabalho foi criado para elaborar mudanças na legislação ambiental brasileira.

Pela primeira vez, ambientalistas, produtores, governo e parlamentares ligados ao agronegócio e ao ambiente sentaram à mesma mesa em busca de soluções para os impasses ambientais no Brasil.

? Estamos retomando um diálogo que foi interrompido há um ano e hoje se retoma em bases mais sólidas ? disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

No encontro, a ansiedade foi por mudanças em toda a legislação ambiental. A necessidade de elaborar com urgência o Zoneamento Ecológico Econômico e promover a regularização fundiária nos Estados é consenso.

Após três horas de reunião, governo, parlamentares, produtores e ambientalistas também concordaram que a Amazônia precisa ter um tratamento diferenciado dos outros biomas.

? O bioma amazônico tem que ter um tratamento e as regiões consolidadas do Centro-oeste, outro tratamento, porque se continuarmos misturando as duas coisas no mesmo debate não resolveremos problemas para a Amazônia e criamos problemas para a região Centro-sul ? afirmou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

O grupo de trabalho criado envolve os ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil. Ele terá cinco meses para propor mudanças na legislação.

? Temos um cronograma enxuto para que em dois ou três meses cheguemos a uma proposta acabada. Mas podemos aprofundar esses temas ? explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Tanto ambientalistas quanto produtores acreditam que quando as discussões se intensificarem, as divergências vão aparecer.

? Nosso grande desafio agora é colocar esse consenso no chão, porque com o discurso todos concordam. Mas continuamos tendo o desmatamento na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica ? ponderou o representante do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, André Lima.

Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Veronez, “não é possível conviver com uma legislação antiga e que criou enormes discrepâncias entre a lei brasileira e a realidade do campo”.