Adesões no Senado são insuficientes para eliminar subsídio ao etanol nos Estados Unidos

Dos 60 senadores necessários, apenas 59 se comprometeram a votarA proposta de emenda que prevê a eliminação dos subsídios concedidos à indústria de etanol não conseguiu as adesões necessárias no Senado dos Estados Unidos nesta terça, dia 14. Seriam necessárias 60 adesões para que a proposta fosse levada a plenário, mas apenas 59 senadores se comprometeram a votar pelo fim dos subsídios, que chegam a US$ 6 bilhões ao ano.

O processo para se conseguir os votos necessários, contudo, sinalizou enfraquecimento do apoio ao crédito tributário. Uma coalizão de conservadores e ambientalistas desafiou a legitimidade dos subsídios, enquanto outros senadores entraram em um debate mais amplo, sobre subsídios em um período de déficit orçamentário.

? Mesmo que eu tenha apoiado esse crédito tributário durante todos os anos em que servi tanto na Câmara quanto no Senado, acho que chegou o momento (de retirar os subsídios). Não pretendo apoiar uma extensão do crédito depois que ele expirar no fim deste ano ? declarou o senador Saxby Chambliss (Partido Republicano, da Geórgia).

A indústria doméstica é protegida por um crédito de US$ 0,54 por galão que é cobrado sobre o etanol importado. Um outro subsídio repassa às refinarias US$ 0,45 por galão de etanol misturado à gasolina.

O senador John McCain (Partido Republicado, do Arizona) tentou diversas vezes acabar com o subsídio, mas as três votações realizadas na década de 1990 a esse respeito não permitiram o fim da subvenção, de acordo com dados do Senado. Mas quando McCain concorreu à presidência, mais legisladores o apoiaram e o Congresso reduziu o subsídio repassado às refinarias, baixando-o de US$ 0,51 para US$ 0,45.

No ano passado, o Congresso dos Estados Unidos concordou em estender o incentivo por mais um ano, até o fim de 2011, e os conservadores fizeram dura oposição.

? A questão como um todo está se desgastando. No ano passado, houve uma boa chance de que acabasse. A consciência de déficit no eleitorado e entre seus representantes não está nos gráficos ? afirmou o analista Benjamin Salisbury, da corretora FBR Capital Markets.