Na quarta, dia 8, o relator do caso, conselheiro Carlos Ragazzo, reprovou a fusão em um dos votos mais duros da história do Cade. Desde que ficou evidente a resistência do Cade à fusão, a empresa já perdeu R$ 6,3 bilhões de valor de mercado.
Segundo fontes próximas às negociações, a BRF prepara uma nova proposta de acordo ao Cade, que prevê a venda de fábricas, canais de distribuição e marcas, que pode representar cerca 20% de seu faturamento. A empresa estaria disposta a colocar na mesa as marcas Batavo e Confiança, além de Wilson, Excelsior e Rezende, que já estavam na oferta anterior.
A proposta é um avanço em relação à que foi rejeitada pelo Cade na semana passada, antes do voto do relator. Naquela oferta, estava previsto apenas o arrendamento de fábricas e o compartilhamento de canais de distribuição. O conselheiro Ricardo Ruiz, que pediu vistas do processo, chegou a chamar a proposta de “institucionalização do cartel”.
No entanto, ainda está muito longe de ser algo palatável para o Cade. A oferta da BRF se aproxima agora de um dos “remédios” propostos pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, que foi considerado insuficiente pela procuradoria do Cade e pelo relator.
Os conselheiros do Cade só tendem a aceitar um acordo que inclua as marcas Sadia ou Perdigão. A BRF não quer abrir mãos das marcas líderes, mas já aceita discutir a possibilidade, até para tentar convencer que não seria necessário. Fontes próximas ao processo disseram que, apesar do adiamento do julgamento, as negociações estão difíceis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.