Produtores do Paraná pedem menos burocracia na liberação de recursos

Agricultores paranaenses acreditam que o valor oferecido pelo Plano Safra é desestimulanteNo Paraná os produtores pedem menos burocracia na liberação dos recursos e também mais informação a respeito de programas beneficiados no Plano Safra 2011/2012. Para a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), os R$ 107 bilhões anunciados apenas refletem a reposição da inflação no período, e estão longe dos R$ 120 bilhões que a federação avalia como necessários para dar suporte real ao setor agropecuário. Para a sociedade rural do Paraná, o valor apresentado não estimula o desenvolvimento da ag

? Se pensar que o nosso custo subiu uns 15%, pelo menos, então na verdade esse dinheiro não financiaria a mesma área do ano passado ? avalia o diretor da Sociedade Rural do Paraná, Antonio Sampaio.

Os produtores também dizem que é grande a burocracia para a aquisição dos recursos do Plano Agrícola e Pecuário. E esperam mais agilidade do setor financeiro responsável pela liberação do dinheiro.

Alguns produtores também não concordam com unificação do valor em R$ 650 mil para tomada de financiamento.

? Pensávamos que nesse programa já tivesse algumas mudanças porque essa lei do crédito rural tem mais de 50 anos, é dos anos 60. Que houvesse uma mudança nos moldes que a gente vê em outras atividades, que o capital de giro seria dado ao produtor como um recurso de acordo com sua capacidade. Ficaria bem mais fácil de se negociar. E também facilitaria porque todo ano você tem um plano, não há necessidade de todo ano ter essas mudanças, o Manual de Crédito Rural é mudado todo ano. E isso atrapalha porque você tem uma atividade que precisa dar continuidade, não muda, mas todo ano recebe uma informação diferente ? argumenta o presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinatti.

? A unificação vai levar a um encolhimento do valor para o maior produtor. Antes ele pegava mais do que R$ 650 em duas culturas ? explica Sampaio.

Para o agricultor Ricardo Araújo os últimos planos avançaram porque o produtor consegue acessar o dinheiro pelo no mesmo ano do calendário do plano, o que não acontecia tempos atrás. Porém, para ele, falta clareza em relação a pontos como o programa de agricultura de baixo carbono.

? Por exemplo, nós temos no Paraná o plantio direto há muitos anos. Eu acredito que o plantio direto na palha seja uma tecnologia de baixo carbono. E, no entanto, nunca vi nenhum órgão financeiro nos oferecer crédito mais barato por nós termos essa prática. Nós agricultores não sabemos ao certo o que essa agricultura de baixo carbono e a que se destina esse programa ? questiona.

O agricultor também critica os juros do novo Plano Safra 2011/2012.

? Eu acho que se fala em 6,75% como se fosse um prêmio e, na verdade, embutido nisso aí o agricultor paga um monte de outras coisas para ter acesso a essa linha de crédito. Esses 6,75% se transformam em algo muito maior ? afirma.