Sindicom diz que desconhece proposta do governo de estocagem de etanol

Representante do sindicato afirma que as distribuidoras são capazes de estocar no máximo uma semana de combustívelO vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz, disse desconhecer qualquer proposta do governo federal para que as companhias de distribuição façam ou financiem estoques para garantir o abastecimento de etanol por um período mínimo de um mês no país.

? Eu desconheço essa proposta; não existe tancagem para isso (estoque de um mês), pois não foi assim que o sistema de distribuição foi estruturado ? afirmou o executivo sobre matéria veiculada hoje no jornal Folha de São Paulo.

De acordo com ele, as distribuidoras são capazes de estocar no máximo uma semana de etanol.

Para garantir a aquisição do combustível, as principais companhias fazem contratos de longo prazo com as usinas e destilarias. O Sindicom reúne as maiores distribuidoras brasileiras e movimenta 80% do combustível do país.

Vaz lembra que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já colocou em consulta pública uma proposta de resolução para regular o mercado de etanol anidro, que é misturado na proporção de 25% à gasolina. A proposta prevê uma série de medidas para controlar a aquisição deste tipo etanol e ainda pretende criar um estoque do anidro nas usinas e nas distribuidoras entre março e abril, no pico da entressafra de cana-de-açúcar.

Entre as propostas que passarão por audiência pública em julho, a ANP quer que as unidades produtoras comprovem, em 1º de março de cada ano, estoques de anidro correspondente a 8% do volume produzido entre abril do ano anterior e fevereiro do ano corrente. Já as distribuidoras teriam de comprovar estoque de anidro capaz de suprir a demanda de 15 dias de comercialização de gasolina, na média entre novembro e janeiro.

Com essa medida, o órgão regulador espera adequar a oferta de gasolina à demanda crescente pelo combustível na entressafra de cana, quando há uma forte migração do hidratado para o combustível de petróleo, em função do aumento dos preços.