A preparação começa a partir do mês de novembro, quando a rotina dos participantes se volta para a organização da apresentação. O trabalhador André Silva, da zona rural de Petrolina, no sertão de Pernambuco deixa a lavoura no fim de tarde e ensaia a quadrilha.
Nos dias de apresentação, as meninas integrantes do grupo se revezam na maquiagem.
? Estou bastante nervosa com a apresentação mais tarde ? desabafou a estudante Juliana de Souza Batista.
A trabalhadora rural, Marilena Gomes, largou a lavoura mais cedo para ajudar a filha nos preparativos.
? Acho lindo ver minha filha dançando ? afirma a trabalhadora.
Todos os detalhes da indumentária são importantes, não podendo faltar nenhum detalhe, cada peça com seu significado. De acordo com a coordenadora da quadrilha, Gabriela Gomes, são usadas muitas cores para representar a alegria da noite de São João.
Depois de ensaiar mais de seis meses, conferir os últimos detalhes e repassar a coreografia, o resultado é um show de cores e alegria, em homenagem ao grande santo da festa, São João.
Os grupos, como nas como escolas de samba, possuem alas estilizadas, como o príncipe e a princesa, a ala de Lampião e Maria Bonita, os noivos e o rei e a rainha do milho. E a representação do casamento matuto não pode faltar. No arraial, o público vibra com cada evolução dos grupos que se apresentam, na disputa pelo título de melhor quadrilha. O importante, no entanto, não é vencer o campeonato.
? A quadrilha é composta por 80% de trabalhadores do campo que não deixam de sair mesmo com as dificuldades. A tradição não pode morrer ? avalia o trabalhador Josemar de Lima.