A experiência surgiu da necessidade de melhorar as relações entre produtores e o mercado. Algumas das limitações são a falta de valor agregado ao produto, dificuldade de alcançar qualidade, oferta limitada e distância dos mercados. Além disso, os produtores estão dispersos e ainda competem entre si.
O coordenador geral da CSF, Hugo Valdés, explicou, durante a VII Expo Brasil, em Cuiabá, o funcionamento e a importância da cooperativa. Ele informa que um dos objetivos é buscar canais de comercialização que confiram mais direitos aos produtores e ainda destaquem a identidade do produto para o consumidor, apontando onde e como foi produzido.
Há também a preocupação em agregar valor ao produto na sua origem para que o produtor não venda apenas matéria-prima. Outro objetivo é fortalecer as cooperativas e capacitar os agricultores com técnicas e conhecimentos empresariais. A busca é pelo mercado de produtos orgânicos e a realização de um comércio justo.
Valdés ressalta que a CSF não vende nada.
? Os negócios são feitos entre os sócios. Não queremos tomar lugar das coisas que já existem. A idéia é apenas fortalecê-las a partir da busca da CSF de relações estratégicas para seus sócios ? explica.
Nicarágua, Costa Rica e Brasil fazem parte da cooperativa e contam com representantes no conselho diretivo da entidade.
Atualmente a CSF conta com 20 sócios, de nove países: Argentina, Brasil, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Itália, Nicarágua, Panamá e Peru. Somando quase 13 mil famílias de agricultores. Os produtos são mel, guaraná, açúcar, castanha do Brasil, laranja, cacau, café, nozes, massa e vinho.
Para ser sócio e participar da CSF é preciso ser pequeno produtor e cumprir princípios do comércio justo e de produção agroecológica.
? O mercado de comércio justo garante ao produtor o pagamento de um preço mínimo e tem crescido consideravelmente nos últimos cinco anos. É um complemento perfeito para a comercialização de produtos orgânicos ? aponta.
Outra condição importante para estar na CSF é ter um produto de qualidade.
? Não há nenhuma desculpa para que o pequeno produtor não produza com qualidade. É possível fazê-lo. Basta capacitação e encarar o negócio com seriedade e profissionalismo ? ressalta.