Às vésperas do início da colheita da cana, em abril, a previsão era de esmagamento de 14,1 milhões de toneladas de cana e produção de 850 milhões de litros de álcool e 420 mil toneladas de açúcar na safra 2011/2012. No ciclo passado, as usinas do Estado moeram 13,6 milhões de toneladas de cana.
Uma empresa que já espera redução no processamento de cana nesta safra é a Usinas Itamarati, a maior do setor em Mato Grosso. A previsão inicial era de moagem de 4,9 milhões de toneladas, volume que foi reduzido em 6% para 4,6 milhões de toneladas.O presidente da empresa, Sylvio Coutinho, disse que parou de chover no dia 12 de abril. Após essa data, houve apenas um dia de precipitação, em junho. O serviço de meteorologia contratado pela empresa prevê falta de chuvas até o final de julho.
Coutinho relata que a dificuldade de acesso aos financiamentos por parte das empresas para custeio e renovação das lavouras é outro fator que contribui para a queda de produtividade dos canaviais. Pelos cálculos do executivo, somente com fertilizantes e herbicidas a Itamarati investe por ano R$ 55 milhões de recursos próprios, pois não consegue obter crédito junto aos bancos, apesar do apoio ao setor anunciado pelo governo. Em função da menor oferta de cana, ele prevê que os preços do açúcar e do álcool devem subir e se manter em alta até a próxima safra.
Coutinho explica que, pelo segundo ano consecutivo, o setor enfrenta problemas de queda da produtividade, provocados principalmente pela estiagem. No caso da Itamarati, os 70 mil hectares de canaviais, 20 mil arrendados, proporcionaram o esmagamento de 6,123 milhões de toneladas de cana em 2009 e 5,187 milhões de toneladas no ano passado. Com a previsão de moer 4,6 milhões de toneladas neste ano, haverá uma queda de 11,3% ante 2010 e de 25% ante 2009. Instalada em Nova Olímpia, 206 km Cuiabá, a Itamarati tem capacidade para processar 7 milhões de toneladas de cana.