Produção de leite da região Sul aumenta 4,5% em maio, aponta Cepea

Avanço está relacionado às condições climáticas favoráveis ao cultivo de aveia e azevémA produção de leite no Sul do país avançou em maio, conforme pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O Índice de Captação do Cepea (ICAP-Leite) da região, que é ponderado pela participação dos três Estados do Sul, aumentou 4,5% de abril para maio. Em Santa Catarina, a produção subiu quase 8%, no Rio Grande do Sul, 6,4% e, no Paraná, o avanço foi um pouco menor, de 0,5% no período. Entre maio de 210 e maio de 2011, houve estabilidade no ICAP-L do Rio G

Para os próximos meses, a expectativa é que a produção de leite continue aumentando no Sul do país, podendo ter o pico em agosto. Esses agentes estão fundamentados nas condições climáticas favoráveis ao cultivo de aveia e azevém neste ano.

Já nos demais Estados acompanhados pelo Cepea, houve recuo do ICAP-L entre maio e abril. A maior redução na produção, de 5,3%, foi observada em São Paulo, seguida pela baixa de quase 5% em Goiás. Em Minas Gerais e na Bahia, a diminuição foi em torno de 3%. Considerando-se os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Santa Catarina, o ICAP-L de maio foi 1,03% inferior ao de abril de 2011 e 2% menor que o de maio de 2010. De janeiro a maio, o ICAP-L registra queda de 1,5% frente a igual período do ano passado.

A menor oferta de leite no Sudeste e no Centro-Oeste continuou impulsionando o preço pago aos produtores de todos os Estados acompanhados pelo Cepea no país. A média nacional de junho, referente à produção entregue em maio, foi de R$ 0,8645 por litro (valor bruto), aumento de 3%, 2,5 centavos por litro, em relação ao mês anterior. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação, o valor de junho de 2011 ficou 5% acima da média de junho de 2010.

Quanto ao pagamento de julho, referente à produção de junho, a expectativa da maioria dos agentes do Sudeste e do Centro-Oeste, 63% dos entrevistados, que são responsáveis por 69% do volume dessas regiões, é de estabilidade dos preços. Para 19%, que respondem por 12% do volume de leite do Sudeste e do Centro-Oeste, deve haver aumento no preço e, para 18%, que representam 19% do volume amostrado nas mesmas regiões, queda em julho. Já no Sul do país, a expectativa de mais de 80% dos agentes entrevistados é de recuo nas cotações do leite para o próximo pagamento. Apenas 13% acreditam em estabilidade.

Além da maior oferta de leite do Sul, os fatores que podem pressionar as cotações no país são as importações elevadas e o mercado de queijos mais enfraquecido. Por outro lado, os preços de leite UHT no atacado permaneceram praticamente estáveis em junho, o que pode fazer com que os valores ao produtor fiquem firmes. È preciso considerar, também, que os custos da produção leiteira neste ano estão em torno de 10% mais elevados que os do mesmo período de 2010, devido à valorização do concentrado, milho e farelo de soja, o que pode limitar os investimentos nos próximos meses.

Ao produtor

Os maiores preços do leite em junho foram observados nos Estados em que a captação reduziu com mais força. Em São Paulo, o valor médio pago pelo leite aos produtores foi de R$ 0,8996 por litro, com aumento de 3,6%, ou de 3,2 centavos por litro, em relação ao de abril. Em Goiás, o preço médio foi de 0,8802 por litro, alta de 4,1%, 3,4 centavos por litro, frente ao mês anterior. Em Minas Gerais, a média de preços foi de R$ 0,8646 por litro, elevação de 3,2%, 2,7 centavos por litro. Na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,7291 por litro, alta de 1,6%, 1,2 centavo por litro, frente a maio.

No Rio Grande do Sul, houve aumento tímido de 1,6%, 1,3 centavos por litro, de maio para junho, com a média a R$ 0,8243 por litro. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,8483 por litro, leve aumento de 0,3%. No Paraná, o valor médio foi de R$ 0,8710 por litro, alta de 2,4%, 2 centavos por litro, em relação a maio.