Produção de batata-doce bate recorde em MG, mas produtores perdem com pragas que atingem lavouras

Secretaria de Agricultura calcula que colheita deste ano terá 11 mil toneladas a mais que a de 2010A colheita de batata-doce em Minas Gerais entrou no pico da produção, que vai de julho a outubro. A Secretaria de Agricultura do Estado calcula que os produtores mineiros devem colher 11 mil toneladas a mais do que em 2010. Com o rápido crescimento, a preocupação em algumas regiões é com doenças que vêm gerando prejuízos nas lavouras.

Minas Gerais vai produzir este ano 50 mil toneladas de batata-doce. Um recorde desde que os dados começaram a ser coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2001.

O crescimento na produção este ano deve chegar a 30%, resultado dos bons preços praticados no ano passado. A região do Alto Paranaíba responde por 60% de toda batata-doce colhida em Minas Gerais. Em segundo e terceiro lugar estão as regiões central e sul do Estado.

A colheita é escalonada durante todo o ano para manter o mercado abastecido. A batata-doce produzida na cidade de Patrocínio, por exemplo, se divide entre os mercados de Belo Horizonte, Uberlândia, Goiânia, Brasília e Rio de Janeiro.

A produção cresceu tanto nos últimos anos que começaram a aparecer doenças que acabam aumentando os custos e tirando o lucro de muitos produtores.

O produtor Cléber de Souza contabiliza uma perda de 25% na produção. As batatas estão apodrecendo antes mesmo de serem colhidas, devido a uma doença conhecida pelos agricultores como o mau do pé.

? Aqui na nossa região, há cerca de uns 15 anos atrás, se plantava para o comércio de Uberlândia, que era uma Ceasa, de interior mesmo. Mas de uns 10 anos para cá, todo mundo começou a plantar e foram aumentando devagar as áreas. Na tendência que vem aumentando, vêm junto as pragas, doenças e essa que apareceu agora ? disse Cléber de Souza.

A solução está vindo com técnicas adotadas em outras culturas.

? Este ano nós vamos tentar plantar batatinha para, depois da batata, ver se nós conseguimos tirar a rama, ou seja, para tentar tirar um broto mais sadio ? falou Cléber de Souza.

Na mesma região, o produtor Giovano dos Reis comemora um ano de melhor qualidade. Ele está alcançando preços de até R$ 20 na caixa de 22 quilos das melhores batatas. Mas só com a embalagem de papelão, Giovano perde R$ 3.

Preocupado com as doenças, ele foi buscar orientação na Embrapa, mesmo sabendo que existem poucos estudos com a batata doce. 

? Eu tirei a muda do jeito que o pessoal da Embrapa me recomendou, cerca de 10 centímetros do chão, plantando na distância certa e cuidando bem dela. O técnico da Embrapa esteve aqui e falou que, por causa da doença, que tem nome – mau do pé -, mas não tem cura, a batata é pouco divulgada. Não tem um estudo aprofundado ? disse Giovano dos Reis.

O produtor conseguiu aliar qualidade com uma produtividade de 16 toneladas pro hectare e conseguiu um bom mercado. 

? O preço está bom pela qualidade da batata. Ela está em um padrão bom, a cor dela também ajudou muito. Está sendo um bom ano ? concluiu Giovano dos Reis.