Esse aumento no número de interessados para fazer parte do pool de agricultores de compras coletivas é atribuído pelo vice-presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Geovano Parcianello, à situação caótica do preço do arroz.
? Quanto mais se economizar, melhor. É uma maneira de reduzir custos e melhorar a rentabilidade do negócio neste momento difícil. Tem gente até de fora da cidade ligando para participar ? conta.
O grupo, que foi idealizado por Parcianello, já existe há quatro anos. As empresas representantes das marcas dos insumos é que fazem a mediação entre os produtores e as distribuidoras. Na safra passada, conseguiram comprar 7 mil toneladas de insumos, como ureia e adubos. Ainda que Parcianello seja o vice-presidente da associação, o grupo não é ligado à entidade.
? A entidade serve para agregar os arrozeiros que desejam participar. Mas depois as compras são todas feitas pelo próprio grupo ? explica.
Quem tiver condições de armazenar seus insumos, optando ou não pela compra coletiva, deve adiantar seu pedido. Segundo o responsável técnico do escritório do Instituto Riograndense do Arroz em Alegrete, Luis Henrique Ereno, a compra de insumos deve ser assegurada o quanto antes para evitar o pico da demanda.
? O produtor deve planejar sua lavoura definindo antecipadamente os insumos necessários para a implantação, tais como, dessecantes, sementes, combustíveis e fertilizantes. Mantida a tendência do plantio no período ideal entre o final de setembro e o início de novembro, a reserva de sementes e fertilizantes no cedo se torna indispensável para prevenir problemas nas entregas e o consequente atraso na semeadura ? avalia.
Quem também está preocupado com a nova safra de arroz é o governo federal. Para evitar que o problema de queda dos preços se repita nos próximos anos, a União decidiu criar mais um grupo de trabalho (GT) para estudar o tema estruturalmente. A primeira reunião, realizada semana passada, abriu os debates na identificação de ações para melhorar o fluxo nas próximas safras e equilibrar produção e oferta, além de novas destinações para arroz, como a produção de ração ou biocombustível entre outras, que não são levadas em conta atualmente.