O estudo teve uma duração de 10 anos, ao fim dos quais a equipe constatou 1.680 ocorrências de problemas cardíacos diversos e, após a análise dos fatores de risco, o consumo de café foi associado com um menor risco estatisticamente significativo de AVC total e enfarte cerebral.
? O café tem efeito antioxidante, diminui a acumulação de gorduras saturadas e reduz a resistência à insulina, propriedades que podem minimizar o risco de AVC. Este estudo vem, por isso, reforçar que a cafeína – frequentemente considerada como prejudicial à saúde – pode, afinal, ter um efeito protetor em relação a várias patologias, como é o caso dos Acidentes Vasculares Cerebrais ? considera o professor e neurologista Rodrigo Cunha.
Em Portugal, o AVC tem uma dimensão alarmante: a taxa de mortalidade é de cerca de 200/100 mil habitantes (o que corresponde a duas mortes por hora), sendo uma das mais elevadas da União Europeia. É responsável pelo internamento de mais de 25 mil doentes/ano e por elevado grau de incapacidade – 50% dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações permanentes nas atividades da vida diária.
O Programa “Café e Saúde” foi implementado em Portugal em 2007, pela Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) com o objetivo de mudar a atitude dos profissionais de saúde em relação ao consumo de café. É um projeto de informação, dirigido a profissionais da saúde, que procura esclarecer e desvendar mitos sobre a ingestão do café, reunir evidência científica quanto aos benefícios inerentes ao seu consumo na prevenção de algumas patologias e estimular o conhecimento específico sobre esta temática.