? Esta tendência tem fôlego para continuar por alguns anos. O crescimento da economia chinesa teve início há 32 anos e não há registro na história de um movimento tão longo sem crise ? destacou o economista.
Atualmente, existe um peso crescente de economias com demografia volumosa e dinâmicas. Além disso, conforme Furtado, o padrão de consumo está baseado em produtos básicos.
? O deslocamento de demanda é muito grande e os preços não devem retornar aos níveis iniciais, mesmo com o ajuste da oferta ? completou.
A liderança iminente da China pode ser ressaltada pelos níveis crescentes de consumo. No caso dos fertilizantes, por exemplo, o consumo americano se estabilizou na casa de 20 milhões de toneladas, contra mais de 40 milhões da China, e com tendência de crescimento.
? A China tem condições de garantir o crescimento durável e forte da economia mundial por um longo período. Os Estados Unidos conseguiram isso por 50 anos e as condições chinesas são ainda mais favoráveis ? aposta o professor.
Segundo Furtado, a grande questão para o Brasil e o agronegócio nacional é saber aproveitar este impulso chinês. Para ele, o país precisa se preparar não só para aproveitar os bons preços, mas se favorecer dos efeitos estruturantes, investindo na amenização dos gargalos produtivos.