As pesquisas começaram há 14 anos. No início apenas uma experiência, hoje quase uma realidade de mercado.
? A cana transgênica nada mais é que a cana convencional que nós inserimos através de um mecanismo, em um laboratório, alguma genética que não foi obtida na genética tradicional. Falando em outras palavras, nós inserimos um gene de alguma outra espécie na cana, porque ela consegue algumas características que não foram colocadas pela genética convencional ? disse Tadeu Andrade, diretor de pesquisa do CTC.
O centro de tecnologia produz em laboratório três linhas de pesquisa: cana tolerante a seca, pragas e para aumentar o teor de açúcar da planta. Todas também tolerantes a herbicidas. Depois de passar pelas estufas, elas são transportadas para a lavoura, onde permanecem durante todo o ciclo da planta. O benefício é a produtividade, bem maior em relação à cana convencional.
? Cada geração que nós lançamos é, em média, 2% mais produtiva do que a geração anterior. Isto dá uma indicação que, 10 anos à frente das nossas variedades tradicionais, as gerações serão 20% mais produtivas do que são as de hoje. Para uma cana transgênica, admitimos um horizonte de 10 anos de pesquisa. Ela tem que ser pelo menos 30% mais produtiva para compensar o seu lançamento 10 anos à frente e ter uma produtividade maior do que a cana convencional naquele momento ? falou Tadeu Andrade.
Outra pesquisa realizada é com as células-tronco da cana convencional. De cada célula retirada de uma muda, mil são produzidas. Por mês, é um milhão de novas mudas. O objetivo é, no futuro, utilizar a mesma tecnologia na cana transgênica.
? Plantio comercial não existe no Brasil. A importância que nós temos é que estas ferramentas colocadas na cana chamada transgênica é que vai dar a ela algumas características que vão aumentar a produtividade de cana no Brasil e, portanto, aumentar a capacidade nossa de exportar açúcar e produzir etanol para alimentar a frota brasileira e internacional. Estamos seguros que é uma ferramenta para aumentar a produtividade no Brasil ao longo de 10 anos ? concluiu Tadeu Andrade.