Após semanas em baixa, carne suína tem alta no mercado interno

Com três reajustes em cinco dias, o preço subiu 22,5% no atacadoDepois de semanas consecutivas de queda no valor pago ao produtor de suínos, o mercado reage positivamente e traz alívio à maioria dos suinocultores brasileiros, que somam cifras milionárias em prejuízos acumulados nos dois últimos meses. Com três ajustes, o preço do suíno acumulou 22,5% de alta em apenas uma semana, segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Após 14 dias de estabilidade, a arroba do suíno iniciou a semana anterior com leve alta de R$ 2,00 por arroba, e não parou de subir. Com três reajustes em cinco dias, o preço subiu 22,5%, já no atacado. Os preços da carne acompanharam as oscilações, com alta de 20%.

Historicamente, este não é considerado um período de preocupações para os suinocultores, já que as baixas temperaturas incentivam o aumento do consumo de proteínas. Mas não foi o que aconteceu em 2011.

Depois do anúncio do embargo às 85 agroindústrias brasileiras pelo governo russo, o mercado interno sofreu o que os especialistas chamam de efeito manada. Com receio da diminuição de animais para exportações, muitos produtores despejaram sua produção no mercado interno, principalmente nos Estados do Sul do país.
 
Consequência disso foi o alto número de animais no Sudeste e Centro-Oeste vindos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, caracterizando uma grande oferta de suínos vivos e a redução dos preços de venda. Aliado a esse panorama, adicionou-se também a alta dos custos de produção, que, no mês de junho, atingiram recordes, principalmente pelo alto valor de venda das sacas de milho, inviabilizando grande parte das produções.

Mas agora, após semanas com queda no valor do quilo do suíno vivo, o mercado suinícola vem demonstrando retomada no valor de comercialização da carne. Em Minas Gerais, por exemplo, há procura intensa por parte dos frigoríficos. O preço do quilo do suíno vivo chegou ao valor de R$ 3 na cidade de Belo Horizonte nessa semana, segundo informou a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

Em São Paulo, o cenário se repetiu com volumes altos de animais vendidos a
preços que superaram as cotações do mesmo período do ano anterior. Segundo
a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), foram vendidos 8.220
animais entre R$ 53 e R$ 55 por arroba, o equivalente a R$ 2,88 e R$ 2,93 o quilo,
respectivamente.

Nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o preço também reagiu, atingindo R$ 1,90 e R$ 2,10, respectivamente, mas ainda não cobriu os altos custos de produção.