Com base nesses dados, analistas de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, que trabalham com o setor de hortifrutícolas analisaram também a evolução do consumo de frutas nos lares brasileiros. Neste caso, o resultado é positivo. Houve aumento de 4,38 quilos por pessoa ingeridos em casa, com a laranja e a banana se mantendo como as mais consumidas.
O consumo de hortaliças por pessoa durante um ano em casa era de 29 quilos em 2002, mas em 2008 passou a ser de 27,08 quilos. A região Sudeste foi a mais representativa nesta queda, reduzindo seu consumo per capita em 4,43 quilos por pessoa durante um ano, totalizando 28 quilos por pessoa em 2008. O Centro-Oeste, ao contrário do Sudeste, foi a única região onde o consumo de hortaliças aumentou, 3,38 quilos pessoa a mais, totalizando 26,6 quilos por pessoa em 2008.
No caso das frutas, em 2002, a média consumida em casa era de 24,49 quilos por pessoa e, em 2008, passou para 28,86 quilos por pessoa. Todas as regiões brasileiras tiveram aumento significativo no consumo per capita de frutas, com grande destaque novamente para a região Centro-Oeste, que apresentou elevação de 8,61 quilos por pessoa em um ano ou em seis anos. O Nordeste ficou em segundo lugar em termos de crescimento. Na região Sul, que já era e continuou sendo a maior consumidora per capita de frutas, o aumento foi de 5,53 quilos por pessoa em um ano. O Sudeste é o segundo maior consumidor de frutas no Brasil, porém o avanço no consumo per capita foi menor que nas demais regiões brasileiras, de apenas 2,15 quilos por pessoa entre 2002 e 2008.
Analisando o consumo total por faixa de renda, pesquisadores do Cepea constatam que o principal mercado consumidor de frutas e hortaliças é a classe média. Em 2008, esse segmento da população brasileira representava 49% do consumo de hortaliças no Brasil e 48% do consumo de frutas, conforme dados da POF/IBGE.
? É na classe média que se encontra a maior parcela dos brasileiros, o que explica a representatividade dessa classe para o setor. Se levarmos em conta que essa classe segue em ampliação, é provável que em 2011 já seja responsável por mais da metade do consumo de frutas e hortaliças ? avalia a coordenadora do estudo, Margarete Boteon.