A informação foi confirmada nesta terça, dia 26, pelo secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério, Eduardo Assad, durante o Seminário de Tecnologias Sustentáveis, no Rio. Segundo ele, a principal meta é iniciar uma renovação no sistema de transporte público feito por ônibus, principalmente no Rio de Janeiro, que também sediará os Jogos Olímpicos de 2016.
? Junto com as prefeituras, promoveremos não a mudança total da frota de ônibus, mas vamos começar a incentivar essa mudança, escolhendo para cada capital o que há de melhor ? explicou.
O secretário disse que o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conta com R$ 230 milhões, dos quais R$ 30 milhões não são reembolsáveis e foram destinados a pesquisas e ao sistema de alerta contra catástrofes naturais. O restante, a partir da aprovação do Banco Central, será oferecido em várias linhas.
Segundo Assad, o fundo vai financiar tecnologias “prontas”, como é o caso dos ônibus movidos a etanol.
? É uma tecnologia que a indústria pode entregar e os preços estão bons.
O secretário não descartou a possibilidade do financiamento da tecnologia do ônibus a hidrogênio. “Desde que o preço seja atrativo”, ressaltou.
Ele também incluiu na lista os ônibus híbridos (movidos a diesel e energia elétrica ou a diesel e etanol), que ainda estão sendo testados no país.
? Na hora que a tecnologia estiver pronta, temos linha de financiamento, desde que (o projeto) seja economicamente viável ? acrescentou.
Investir em ônibus que utilizem cada vez menos combustíveis oriundos do petróleo é a principal alternativa para reduzir a emissão de gases do efeito estufa nas cidades. Segundo o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Márcio D’Agosto, o transporte é o maior responsável pelas emissões nas áreas urbanas.
? A principal vantagem é a redução de poluentes ambientais. A pessoa está na Avenida Rio Branco (principal via do centro do Rio) e está respirando aquele ar cheio de partículas. Imagine como fica o pulmão do guarda de trânsito e do gari, que passam o dia inteiro ali. Precisamos de alternativas”, afirmou D’Agosto. O pesquisador coordena testes do primeiro ônibus flex urbano movido a gás e diesel, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Bosch e pela MAN Latin America.
Para acessar o dinheiro do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, as prefeituras precisam associar-se às empresas do setor.