Produção leiteira une três gerações de mulheres no Rio Grande do Sul

Série de reportagens mostra pessoas que evoluíram junto com o trabalho no campoNa série de reportagens especiais em homenagem ao Dia do Agricultor, conheça três mulheres de uma mesma família que moram no Sul do país. Elas evoluíram junto com o trabalho no campo.

As frutas bem maiores que o normal chamam a atenção. O velho pé de cidra definiu o lugar onde foi construído o primeiro galpão, em Estrela, no interior gaúcho.

? O pé de cidra já estava plantado quando chegamos aqui, era bem pequeninho. A casa também tem mais que 100 anos. E naquela época era tudo complicado. Se ficasse doente, a gente tinha que ir pra outra cidade a cavalo ? conta a agricultora Maria Olívia Schneider, 84 anos.

A aparência da propriedade atualmente não reproduz as dificuldades enfrentadas pela produtora quando se casou, há mais de 60 anos.

? Eu tinha ganhado uma porca com porquinho. Nós plantávamos mandioca, aipim. Depois nós plantamos cana porque ia abrir uma fábrica de álcool em Delfina ? relata.

O casal não sabia se Elaine Maria Zwirtes ia continuar o trabalho dos pais. Filha única, ela se casou e continuou por aqui. O marido trabalhava com a produção de leite.

? Ele ganhou vaca de casa, nós tínhamos uma outra. Começamos vendendo 12, 13 litros de leite por dia. Assim fomos indo, tivemos dificuldades e estamos até hoje na luta, sempre tentando produzir um pouquinho mais ? conta.

Hoje, eles têm 69 vacas, 27 na ordenha. E quem está a frente do negócio é a sua filha caçula, Eliana Kemmer.

? Eu acho que é um grande incentivo não só pra ela como pra nós também. Eu acho que a gente se anima em produzir mais. Enquanto estamos bem de saúde, a gente vai ajudar eles ? ressalta Elaine.

Agora a família tem a certeza que esta história vai continuar no campo. Há um mês, Eliana se mudou com o marido para a casa nova, construída bem perto da casa dos pais.

? Nos mudamos dia 11 de julho. Foi um sonho que nós corremos atrás. Eu desde pequena sempre gostava dos bichinhos e como eu era mais de casa, mais nova também, acabei querendo ficar ajudando em casa. Até aumentamos a produção, a média por vaca. Estamos aumentando. Uma alegria que é compartilhada por toda a família ? conta Eliana.

É tudo o que a Maria Olívia espera. A vovó que preencheu páginas e páginas de álbuns de fotos sabe que nada disso existiria sem a força de vontade de continuar no campo.

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