? O aumento nos valores e quantidades exportados reflete também o incremento no preço das commodities e a alta do consumo. A tendência é que esse panorama se mantenha e o movimento feche o ano com uma margem de 11% de crescimento em relação a 2010, totalizando cerca de US$ 5 bilhões em exportações ? explica o analista de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Olívio Morato.
O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que os crescimentos recordes das exportações do segmento são resultado de investimentos na profissionalização dos negócios e oferta de produtos de qualidade com valor agregado. “Um de nossos objetivos é consolidar mercados tradicionais, o que explica, inclusive, uma retomada mais forte das relações comerciais com países da Europa”, disse Freitas, por meio de nota.
Apesar das importações das cooperativas terem aumentado 44,4% na comparação entre o primeiro semestre de 2010 e o mesmo período deste ano, passando de US$ 114,3 milhões para US$ 165,1 milhões, o saldo da balança comercial do setor também foi recorde. O aumento do saldo foi 37,3%, saltando de US$ 1,88 bilhão para US$ 2,58 bilhões, do primeiro semestre de 2010 para os primeiros seis meses deste ano.
Segundo Morato, o aumento das importações deve-se principalmente à elevação do preço dos insumos. Os produtos mais vendidos pelas cooperativas, de janeiro a junho, foram os do complexo sucroalcooleiro, com US$ 868,6 milhões. Em segundo lugar nas vendas externas do segmento, aparecem os produtos do complexo soja, com US$ 690 milhões em exportações.
O principal cliente das cooperativas brasileiras foi a Alemanha, responsável por US$ 317,6 milhões, ou 11,6% das vendas do segmento. Logo depois, aparecem a China (US$ 303,2 milhões – 11%), os Estados Unidos (US$ 230,4 milhões – 8,4%), Emirados Árabes (US$ 215,4 milhões – 7,8%), Países Baixos (US$ 144,8 milhões – 5,3%) e a Rússia (US$ 139,9 milhões ? 5,1%).
Apenas três Estados representam mais de 80% das vendas dentro do setor cooperativista brasileiro: o Paraná, com US$ 1 bilhão, ou 36,7% de todas as exportações; São Paulo, com US$ 815 milhões, ou 29,7%; e Minas Gerais, com 14,1%. Destacam-se ainda o Rio Grande do Sul, com US$ 229,4 milhões, ou 8,4%, e Santa Catarina, com US$ 133,8 milhões, ou 4,9%.