Impulsionada pela boa safra de inverno no Sul, captação do leite aumenta mais de 3% em junho

Geadas tendem a limitar avanço da produção em julho, mas não afetarão os preçosEm junho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L/Cepea) registrou um aumento de 3,2% em relação a maio, impulsionado pelo acréscimo de 10,5% da captação de leite no Sul do país, em virtude da safra de inverno. O Indicador representa a média ponderada das variações do volume médio diário de leite captado por laticínios/cooperativas que integram a amostra do Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada (Cepea) nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas G

Em função da grande representatividade do Sul na amostra desse Índice, o aumento da captação na região tem elevada influência no Icap-Leite. Em Santa Catarina, a captação média diária aumentou 14% no período; no Rio Grande do Sul, houve incremento de 12,6% e no Paraná, de 5,3%.

Apesar desse forte aumento de maio para junho, agentes do setor avaliam que as geadas ocorridas na região Sul prejudicaram a produção de forragens, o que tende a limitar o avanço da produção em julho. A expectativa é que haja somente um leve aumento ou estabilidade em relação a junho.

Já no Sudeste e Centro-Oeste do país, a captação continuou diminuindo, dado o período de entressafra. A maior redução ocorreu no Estado de São Paulo, de 2,4% entre maio e junho. Agentes consultados pelo Cepea acreditam em estabilidade ou leve queda da produção de leite nestas regiões em julho. No primeiro semestre deste ano, o Icap-L/Cepea registrou recuo de 1,5% em relação a igual período de 2010.

Os custos mais elevados neste ano, devido principalmente à valorização da alimentação concentrada, acabaram limitando investimentos na produção. No comparativo com junho do ano passado, o índice de captação de Minas Gerais foi 12% menor; em Goiás, a redução foi de 5,5%. É importante lembrar que, em 2010, os valores mais baixos do concentrado estimularam os produtores a investir na produção nesta época do ano, proporcionando aumento da captação num período em que normalmente há redução devido à seca.

O preço médio pago pelo leite aos produtores em julho ficou estável frente a junho, a R$ 0,8650 por litro. O valor representa um aumento de 19%. Se descontada a inflação do período, a alta é de 11,8%. Em média, os preços de janeiro a julho deste ano ficaram 6% acima da média de igual período de 2010, em termos reais.

Preços ao produtor

Em julho, houve queda de preços pagos pelo leite aos produtores no Sul do país. No Rio Grande do Sul, a redução foi de 3,9% (3,2 centavos por litro) em relação a junho, ficando na média de R$ 0,7924 por litro. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,8223 por litro, recuo de 3,1% (2,6 centavos por litro). Já no Paraná, o preço se manteve praticamente estável, com redução de apenas 0,9% (menos de um centavo por litro), com média de R$ 0,8630 por litro. Em algumas mesorregiões paranaenses houve aumento de preços em julho.

Em São Paulo, o preço médio foi de R$ 0,9247 por litro, alta de 2,8% (2,5 centavos por litro) frente a junho. Em Minas Gerais, os preços se mantiveram praticamente estáveis, com leve aumento de 0,8% (menos de um centavo por litro) e média a R$ 0,8712 por litro. Em Goiás, a média foi de R$ 0,8880 por litro, ligeira alta de 0,9% em relação a junho. Na Bahia, o preço médio aumentou 0,6%, a R$ 0,7337 por litro.