Produtor rural continua otimista, porém ICPRural e ICPSoja registram os menores níveis no ano

ICP Rural - Julho de 2011Após altas consecutivas ao longo dos últimos trimestres, o ICPRural e o ICPSoja registraram queda. No entanto, apesar do arrefecimento, a confiança dos produtores agrícolas brasileiros continua elevada, principalmente quando comparada com o mesmo mês do ano passado.

Alguns movimentos do mercado influenciam as expectativas dos agricultores. Os preços internacionais de importantes commodities, entre elas, a soja, o milho, o algodão e o café, apesar de ainda estarem em patamares elevados, desde abril tem apresentado queda; algumas mais acentuadas como é o caso do algodão. Além disso, os produtores rurais manifestam apreensão com a desvalorização cada vez maior do Dólar frente ao Real.

Confiança cai, mas otimismo é mantido

Em julho de 2011 o ICPRural registrou 110,5 pontos, queda de 13% em relação a abril, quando havia registrado 126,3 pontos. O resultado mostra que o produtor rural está menos confiante em comparação à mensuração anterior, porém ainda está otimista.

A queda observada no ICPRural foi gerada especialmente pela queda de 21% no sub-índice Preços que mede as expectativa dos produtores em relação aos preços para a safra 2011/12 e pela queda de 22% no sub-índice Equipamentos que mede a disposição do produtor rural para a aquisição de máquinas e implementos agrícolas para a safra 2011/12.

O sub-índice Condições Atuais também apresentou queda (-11%), já o sub-índice Insumos apresentou aumento de 3% indicando que os produtores estão um pouco mais confiantes para aquisição de defensivos, fertilizantes e sementes para os próximos meses do que estavam em abril.

Mesmo com a queda no indicador verifica-se que o produtor rural está otimista. Na comparação com julho de 2010 quando marcava 76,5 pontos, o ICPRural está 44% superior. Os sub-índices também estão em patamares superiores. O sub-índice Preço está 59% superior, o sub-índice Equipamentos 7%, o sub-índice Insumos 32% e o sub-índice Condições Atuais está 76% acima do valor registrado em julho de 2010.

ICPSoja: confiança também cai, mas o otimismo ainda predomina

Comparativamente ao mês de abril de 2011, quando atingiu 127,9 pontos, o ICPSoja caiu 14% em julho e atingiu 109,6 pontos. A queda do ICPSoja também foi influenciada principalmente pela queda dos sub-índices Preço e Equipamentos.

O primeiro registrou 156,8 pontos em abril mas recuou para 121,9 pontos em julho; o segundo registrou 91,2 pontos em abril ante 71,3 em julho. Ambos caíram 22% indicando menor confiança dos sojicultores em relação aos preços para a safra 2011/12, assim como menor disposição para compra de equipamentos e implementos em relação à disposição sinalizada no trimestre passado.

O sub-índice Condições Atuais apresentou queda de 15%, já o sub-índice Insumos apresentou aumento de 3% indicando que os sojicultores estão mais confiantes para aquisição de defensivos, fertilizantes e sementes para a safra em relação à medição anterior.

Na comparação com julho de 2010 quando marcava 53,4 pontos o ICPSoja cresceu 105%. O grande avanço registrado reflete a expressiva mudança na confiança dos sojicultores em relação aquela registrada em julho do ano passado. Tal avanço foi puxado pela alta do sub-índice Preço que marcava 43,1 pontos em julho de 2010 e no mesmo mês em 2011 alcançou 121,9 pontos. 

Os outros sub-índices também registraram valores superiores em 2011

O subíndice Equipamentos teve um crescimento de 8% em relação à julho passado e o sub-índice Insumos registrou aumento de 51% na confiança dos produtores nos últimos 12 meses. Esses resultados indicam uma confiança superior para a compra de máquinas, implementos, fertilizantes e defensivos para a safra vindoura do que aquela registrada há um ano atrás.

O sub-índice Condições Atuais também registrou um salto significativo, com 127,2 pontos em julho de 2011 ante 26,2 pontos no mesmo mês do ano passado. Ou seja, apesar de algumas condições adversas como o câmbio, por exemplo, o sojicultor está muito mais confiante em relação às condições gerais do seu negócio do que estava em julho de 2010.