Atendendo apelo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), a Secretaria da Agricultura declarou o javali sus scrofa nocivo à agricultura catarinense e autorizou seu abate por tempo indeterminado, objetivando o controle populacional.
A medida foi tomada quando os animais devastaram lavouras na região de Lages: uma grande quantidade de javalis Sus scrofa, espécie exótica invasora, provocava elevados prejuízos às lavouras, especialmente de cereais. A decisão respeitou a instrução normativa 141/2006 do Ibama, que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.
Atualmente, cerca de 200 famílias que vivem próximas ao Parque Nacional das Araucárias, no município de Ponte Serrada, sofrem do mesmo problema. A Prefeitura avalia que as perdas dos produtores chegam a 75%. A população estimada de javalis é de mil animais que vivem em bandos de 50. Esses animais selvagens atacam todas as lavouras, principalmente milho, feijão, soja, trigo, pastagens, etc. e, numa noite, destroem completamente vários hectares de área.
O vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza, destaca que, além de se manifestar no Oeste, o problema persiste na região serrana, em Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro e Anita Garibaldi.
Nelton reclama que os órgãos ambientais e a Polícia Militar Ambiental estão exigindo que apenas profissionais caçadores registrados e licenciados façam o abate dos animais.
? O agricultor terá que procurar um desses profissionais para fazer o abate para ele na sua lavoura e isso implica em burocracia e em custos adicionais ? diz.
Em 2009, os produtores perderam o equivalente a 1.100 sacas de milho. Em 2010, os javalis já afetaram cerca de 200 hectares de lavoura de milho em dez propriedades. Cerca de 10% da produção foi afetada. Os animais atacam as lavouras já a partir do plantio. Além de pisotear a plantação, permanecem no local se alimentando até a maturação do milho.