O Estado tem 75 mil hectares de plantações de café e, a partir de agora, a cultura passa a ser o alvo do clima, já que, para o milho, o maior prejuízo aconteceu com as geadas de junho, de R$ 1,2 bilhão.
O produtor Roberval Aparecido da Silva acredita que tem um tesouro enterrado na propriedade: são cinco mil mudas de café. Ele conta que salvou 70% das plantas com até seis meses de outra geada, cobrindo as mudas, o que tomou-lhe um dia inteiro. Para o café jovem, de até dois anos, o chegamento de terra na base das plantas foi bem eficaz. Agora, ele espera que não chova depois do frio, como aconteceu em junho. Ele relata que não deu tempo de desenterrar tudo, e a chuva comprometeu 25% das mudas. Foram R$ 2 mil de custo com o replantio.
? A gente vai procurar fazer o desenterrio o quanto antes para diminuir a perda, mas a gente sempre vai perder alguma coisa, porque, no enterrio, às vezes, ela quebra, ou então, acaba prejudicando porque a terra faz um tipo de “afogamento” na muda ? explica o cafeicultor, Roberval Aparecido da Silva.
A estação agrometeorológica do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) mantém o alerta de geada para o Estado. Nessa quarta, dia 3, em Londrina, a temperatura caiu para -3ºC, na relva, a céu aberto. A expectativa para a madrugada desta sexta, dia 5, é de geada moderada, especialmente nas regiões cafeeiras do Norte e Noroeste do Paraná.
Desde 2000, o Estado paranaense não tinha invernos típicos, com quedas acentuadas de temperatura e geadas. O Iapar vai investigar se existe alguma relação entre invernos mais rigorosos e fenômenos climáticos, como o La Niña e o El Niño.
? Esse ano, essas massas estão entrando com muita intensidade, vindas lá do Sul da Argentina. Elas estão entrando sem bloqueio, livres, trazendo temperaturas muito baixas para nós, chegando, inclusive, até Mato Grosso ? relatou a meteorologista, Everly Moraes.