? A alta nos transportes praticamente anulou a queda de alimentos. E essa alta foi puxada por combustíveis. Não fossem os combustíveis, a taxa do IPCA podia ter sido bem menor. É a gasolina que tem o peso relevante no cálculo do IPCA. Então qualquer movimento de preço que ocorra no item gasolina vai mexer tanto no bolso quanto no peso na inflação ? disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
O peso da gasolina no IPCA é de 4,35%. Os preços dos combustíveis passaram de uma queda de 4,25% em junho para uma alta de 0,47% em julho. O etanol saiu de uma queda de 8,84% para uma alta de 4,01% no mesmo período, enquanto o litro da gasolina passou de um recuo de 3,94% para uma alta de 0,15%.
No ano, a gasolina acumula alta de 6,30%. No mesmo período do ano passado, a gasolina apontava queda de 1,13%. Em todo o ano de 2010, a alta acumulada da gasolina foi de 1,67%.
Em relação ao etanol, a alta acumulada no ano é de 10,19%, muito acima da alta acumulada durante todo o ano de 2010, que foi de 4,36%.
? O índice (IPCA) de julho é basicamente explicado pelos combustíveis. A questão do etanol tem a ver com a cana-de-açúcar. A safra está estimada em 5% menor do que a do ano anterior. Além da redução da safra, parece que a qualidade da cana ainda está sendo prejudicada por conta das condições climáticas. E ainda há um descompasso entre oferta e procura por conta da frota de automóveis, que vem aumentando no país ? justificou Eulina.