Investimentos em tecnologia e gestão na pecuária evitariam o problema, consideram técnicos e criadores.
Apostando mais nos hortifrutigranjeiros do que no gado que está para nascer, o pecuarista familiar João Alberto Lemos, de Bagé (RS), é um exemplo de que a perspectiva da Emater está correta. O criador calcula que, em sua propriedade, o índice de prenhez diminua em 30%.
? No verão, já tive prejuízo com o leite. Havia escassez de comida e a produção diminuiu em 50%. Em março, fiz um levantamento no rebanho para saber quais animais haviam pego cria e me surpreendi com o índice. Agora é esperar que ano que vem as coisas melhorem ? diz.
Ainda que menos terneiros no mercado signifique uma valorização no preço do produto, o diretor do Conselho Fiscal da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Simm, acredita que não existe nenhum benefício ao produtor no fenômeno. O dirigente explica que vacas vazias significam um custo ao pecuarista com um produto que não está dando retorno. Para o dirigente, o produtor deveria estar mais preparado para esses fenômenos climáticos, fazendo uma gestão da alimentação de seus exemplares.
O assistente técnico regional de criação e forrageiras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fábio Eduardo Schlick, entretanto, acredita na melhora do quadro para o próximo ciclo de reprodução. As vacas não prenhas agora tem mais chances de pegar cria no verão, o que deve fazer com que os índices de prenhez aumentem.
O fenômeno
– A fêmea pega cria nos meses de verão. Com menos disponibilidade de alimento em razão da seca, as chances de prenhez diminuem. Em condições normais, de cem vacas, uma média de 75 ficam prenhas. Este ano, deverá haver uma redução de prenhez de 20% a 45% em cima das 75.