Segundo a estatal, que divulgou os dados nesta terça, dia 9, apesar de um ajuste para baixo de aproximadamente 500 mil toneladas em relação ao último levantamento, publicado há um mês, o resultado atual continua sendo recorde, superando em 8,2%, ou 12,3 milhões de toneladas, o da safra passada, quando foram colhidas 149,2 milhões de toneladas de grãos.
A área cultivada foi ampliada em 4,7%, ou 2,2 milhões de hectares (ha) na safra 2010/2011, passando de 47,4 milhões de hectares para 49,6 milhões. As principais causas do aumento da produção, de acordo com a Conab, continuam sendo a ampliação de área plantada com soja, milho, algodão, feijão e arroz e a boa influência do clima no desenvolvimento das plantas.
A principal cultura afetada é o milho segunda safra. A produção será 6,5% menor do que no ano passado, ainda assim, deve alcançar 20,5 milhões. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a lavoura enfrenta a seca extrema, com previsão de queda de até 12%. Devido à geada, o Paraná terá redução de 11,8% e São Paulo, 2,4%. Para a Conab, as consequências foram maiores em razão do plantio fora de época. As chuvas na época de colheita também prejudicaram a qualidade do produto, situação que não deve interferir nas vendas.
A safra de trigo deste ano, que será colhida apenas no final deste semestre, deve perder 3,2% de área, segundo a Conab, o que representa uma redução de 2,1 milhões de hectares. A produção estimada para essas condições é de 5,28 milhões de toneladas. A estatal informa ainda que haverá perda de produtividade por causa de geadas que atingiram parte da lavoura no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo. Dos produtos mais consumidos no país, o trigo é o único que o Brasil depende fortemente de importações, com cerca de 50% do suprimento vindo de países vizinhos.
A pesquisa foi feita por técnicos da Conab entre os dias 18 e 22 de julho, com visitas a representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados, nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, e parte da Região Norte.