Departamento de Agricultura dos EUA garante recuperação dos preços da soja no Brasil

USDA cortou projeção para a safra americana, superando especulaçõesA semana foi de muita volatilidade no mercado internacional de soja, com reflexo no comportamento dos preços internos e na movimentação. No balanço do período, as cotações domésticas acumularam ganhos e os negócios ganharam ritmo na parte final da semana, devido à reação do mercado futuro de Chicago e da valorização do dólar frente ao real.

Em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, a saca de 60 quilos teve preço de R$ 47,50 nesta sexta, dia 11, contra R$ 46,50 no dia 4 de agosto. No mesmo período, o preço subiu de R$ 44,50 para R$ 45,50, em Cascavel, no Paraná; e de R$ 42 para R$ 42,80, em Rondonópolis, Mato Grosso. Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em agosto passaram de US$ 13,39 para US$ 13,33 por bushel.

Chicago iniciou a semana sob o impacto dos temores de uma crise financeira mundial, após o rebaixamento da nota dos títulos americanos. O medo de que a economia global entrasse em recessão derrubou bolsas de valores e commodities, incluindo as agrícolas. Na soja, não foi diferente. A posição agosto chegou a fechar em US$ 12,98 na terça, dia 9.

A recuperação ocorreu na quinta, dia 11, e teve um importante motivador: o relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Departamento cortou de forma significativa a sua projeção para a safra americana em 2011/2012. Uma redução era esperada pelo mercado, mas o tamanho do corte é que surpreendeu, ao superar todas as especulações.

Em relação ao quadro mundial, o USDA reduziu as suas estimativas para produção e estoques finais globais, revisadas também por conta do corte na safra americana. Para a temporada 2011/2012, a produção mundial foi cortada de 261,45 milhões para 257,47 milhões de toneladas. Os estoques finais passaram de 61,97 milhões para 60,95 milhões de toneladas. Os Estados Unidos deverão produzir 83,17 milhões de toneladas, contra previsão de 87,77 milhões do relatório de julho.

A safra brasileira está projetada em 73,5 milhões de toneladas e a Argentina, em 53 milhões de toneladas. No relatório anterior, os números eram de 72,5 milhões e 53 milhões de toneladas, respectivamente. Os chineses deverão produzir 14 milhões (14,3 milhões no relatório anterior) e importar 56,5 milhões de toneladas, mesmo número de julho.