Conforme Tiepolo, até o ano 2000 não havia uma grande preocupação com as questões ambientais, algo que começou a mudar com as crises econômicas mais recentes.
? A partir de então foi estabelecido um novo paradigma de conservação do meio ambiente, criando-se oportunidades de pagamento por serviços de preservação. Hoje, em muitos países já existem produtores que estão sendo remunerados por controlar a erosão do solo, por proteger bacias hidrográficas, controlar a emissão de gases poluentes, entre outras ações ? comenta.
Tiepolo afirma que as preocupações das empresas estão cada vez maiores com o meio ambiente, investindo em produtos agrícolas certificados como de baixo impacto ambiental, protetores dos mananciais hídricos e com baixa emissão de carbono.
? Há, hoje, uma tentativa global de reduzir ao máximo as emissões de gases que provocam o aquecimento global, que não desmatam, que conservam e restauram o meio ambiente, num negócio que, somente em 2009, rendeu a cifra de US$ 143,7 bilhões ? disse.
No Brasil, há projetos sendo realizados em praticamente todos os Estados.
? No Estado de São Paulo, por exemplo, existe um projeto sendo adotado em bacias hidrográficas de conservação dos mananciais de água, através da Lei das Águas, que arrecadou mais de R$ 15 milhões, que estão sendo aplicados diretamente em obras de saneamento e conservação dos mananciais hídricos.
Para vir a se beneficiar pelas ações de proteção ambiental rural, é preciso que o produtor procure a entidade e faça um cadastro ambiental ou por serviços ambientais.
? A partir disso, é elaborado um projeto, que necessita ser validado e registrado. Posteriormente, ele passa por um monitoramento e uma verificação a cada cinco anos, para posteriormente esse projeto passar a render créditos aos produtores. O valor a ser recebido é muito variável. Tivemos casos no Rio de Janeiro em que o valor ficou em R$ 20 por hectare. Já no Paraná, outro projeto rendeu em torno de R$ 563 por hectare. Logo, a remuneração varia de projeto para projeto ? explica.