É a agricultura familiar que abastece a mesa dos brasileiros. Cerca de 70% dos alimentos consumidos no país saem das pequenas e médias propriedades. E, por enquanto, as refeições estão garantidas. A crise financeira ainda não afetou as operações de crédito no setor.
Mesmo assim, o governo tomou algumas medidas para evitar impactos na produção destes alimentos, importantes para a dieta do brasileiro. A partir do ano que vem, o Programa de Garantia de Preço Mínimo vai abranger 27 itens, beneficiando quase toda a atividade. Além disso, as operações de investimento serão indexadas pelo preço mínimo, ou seja, a dívida do agricultor poderá ser convertida em produção.
As novidades animaram os produtores. Até porque a grande preocupação do setor é com a queda da renda. Por isso, a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contag) espera outras mudanças para o próximo ano.
? A gente espera que a partir da próxima safra, a gente já tenha um mecanismo em que o agricultores possa estar buscando seu crédito, seja para custeio ou investimento, dentro de um mesmo projeto, dentro de uma mesma condição.Com isso, ele terá condição para se programar a longo prazo ? afirma Antoninho Rovaris, secretário de política agrícola da Contag.
O Ministério de Desenvolvimento Agrário estuda as alterações e afirma que está trabalhando para fortalecer a agricultura familiar em meio à crise.
? Por isso que nós estamos trabalhando forte para não interromper o financiamento e a produção dos alimentos para o mundo. Alimento não pode faltar para o mundo. Por isso que a agricultura é ainda a grande oportunidade para o Brasil se desenvolver para os próximos anos. O mundo vai precisar comer e todos os estoque do mundo estão rebaixados para menos da metade ? afirma o secretário de agricultura familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniran Sanches Peraci.