Minas Gerais responde por 32% da batata produzida no país, com mais de um milhão de toneladas. Milton Batista é produtor e administrador da fazenda Irmãos Andrade, em Sacramento, na região do Triângulo Mineiro. Na área, a produtividade está em 800 sacas por hectare, muito maior do que em outra área colhida há apenas 15 dias.
? A produção no primeiro lote foi menor e as sementes também falharam por causa do excesso de chuva ? disse Milton Batista.
A produtividade melhorou, mas os preços que variam entre R$ 15 e R$ 16 pela saca de 50 quilos na lavoura não pagam os custos de produção.
? A mão de obra cara, despesa cara, insumos caros, fica difícil, não cobre os custos ? observou Batista.
A melhor época para vender a batata é entre abril e maio. Este ano o pico de preço alcançou R$ 80, mas durou apenas uma semana. No ano passado, o maior valor pago pela saca de 50 quilos passou de R$ 140.
O produtor Ricardo Brisk colhe 30 mil sacas por safra, mas também classifica a produção de outros produtores. Por sua estrutura, passam mais de 700 mil sacas com destino às principais capitais do país. No comparativo, no produto pronto para o mercado, ele recebe hoje menos de R$ 30, metade do preço médio pago no ano passado.
? Agora, na safra de inverno, a produção aumentou no país todo, aumentou nas regiões produtoras, isso fez com que o preço da batata caísse absurdamente. O povo não está conseguindo comer batata ? falou Ricardo Brisk.
Para fazer frente ao excesso de produção, Minas Gerais lançou um projeto em parceria com toda cadeia produtiva da batata, para informar e direcionar os consumidores para a escolha correta da variedade de acordo com o uso: “Assar e cozinhar” ou “Assar e fritar”.
O agrônomo da Emater, Roberto Mendes, diz que todas servem para assar, mas cozinhar e fritar tem tipo específico. A divulgação com folders já está dando resultado.
? Para fritar, uma variedade Asterix aumentou 50% o consumo depois da divulgação ? declaou Mendes.