Governo promete solução para assentamentos e renegociação de dívidas para trabalhadores rurais

Segundo lideranças do MST, mobilizações serão mantidas em mais 20 Estados. Nesta quarta, dia 24, 15 mil pessoas irão reivindicar na Esplanada dos Ministérios, em BrasíliaO governo prometeu analisar até sexta, dia 26, as reivindicações apresentadas nessa terça, dia 23, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina. Os trabalhadores rurais querem solução para as dívidas dos assentamentos e de pequenos agricultores que somam atualmente R$ 30 bilhões, segundo cálculos do MST, além do assentamento de cerca de 60 mil famílias hoje acampadas no país.

Enquanto isso, a mobilização, de acordo com lideranças do movimento, vai continuar. Nesta quarta, dia 24, os trabalhadores rurais esperam reunir cerca de 15 mil pessoas em uma marcha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. As mobilizações também vão ser mantidas em mais 20 Estados de acordo com o coordenador do Movimento de Pequenos Agricultores, Plínio Simas.

? Não estamos nos retirando. Estamos mantendo o movimento, que vem em um crescente, como as conversas com o governo até sexta. Até lá, as manifestações continuam. O governo precisa responder de forma concreta ? disse Simas, após serem recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Também participaram da reunião o ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda. As propostas apresentadas serão levadas nesta quarta à presidente Dilma Rousseff pelo ministro Gilberto Carvalho.

Segundo a assessoria do ministro Gilberto Carvalho, o único ponto da pauta que o governo negou, categoricamente, é o que se refere à construção da Usina de Belo Monte. Os trabalhadores rurais pedem a paralisação das obras, mas o governo não aceita negociar a construção da barragem na região de Volta Grande do Xingu, no Pará.

Segundo o coordenador nacional do MST e da Via Campesina, José Valdir Misnerovicz, o governo deve apresentar uma proposta para aliviar a situação das dívidas dos assentamentos e também de assentar famílias que estão atualmente, vivendo em acampamentos.

? Estamos em uma negociação importante, e o governo reconheceu que nossa pauta é justa. Esperamos propostas de recursos para aumentar o número de famílias e o governo deve também apresentar um plano emergencial para resolver a questão da dívida e do crédito. Encerramos essa reunião hoje, mas as conversas serão mantidas até o final da semana com grupos menores ? disse Misnerovicz.