Representantes dos produtores, das indústrias e deputados expuseram a crise ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. Ao invés de rever o embargo, a Rússia comunicou que a partir do mês que vem só um frigorífico no país, localizado em Santa Catarina, poderá exportar carne suína.
? Tem um único frigorífico hoje autorizado a exportar. É muito pouco. Não tem sentido isso. Acho que a Rússia está já há meses fazendo esse terrorismo sanitário em cima do Brasil. Está na hora de acabar ? disse Pedro de Camargo Neto, presidente Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
Para o deputado federal (PMDB-RS), Osmar Terra, os frigoríficos estão armazenando, estão estocando o que podem estocar.
? Eles não conseguem segurar mais. A partir da semana que vem, nós vamos começar a ter demissão em massa do setor ? observou Terra.
Na próxima segunda, dia 29, o vice-presidente Michel Temer levará o problema à presidente Dilma Rousseff. A intenção é que o governo brasileiro questione as medidas de restrição adotadas pelo segundo maior consumidor de suínos do mundo.
Para o especialista em comércio internacional, José Carneiro Cunha, faltou habilidade para negociar.
? Acho que o Ministério da Agricultura não está conseguindo conduzir as negociações de maneira apropriada, ou porque não consegue identificar qual o real objetivo da Rússia, ou por algum tipo de falha técnica do próprio ministério ? declarou José Carneiro Cunha.
Já o economista José Luiz Pagnussa vê outras razões para justificar o aumento do embargo.
? Aparentemente, envolve não só os problemas fitossanitários, mas também o aumento da produção russa. O que significa que a tendência é de aumentar os embargos ? disse Pagnussa.
Tanto o vice-presidente Michel Temer, quanto o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho, disseram que, se for preciso, viajarão a Moscou para reverter o embargo.