Cooperativas aguardam linha de crédito para capital de giro

De acordo com o setor, são necessários R$ 2,5 bilhões para amenizar situaçãoCooperativas aguardam o anúncio do governo sobre uma linha de crédito para capital de giro. De acordo com o setor, são necessários R$ 2,5 bilhões para amenizar a situação das cooperativas, que ocuparam parte do espaço das tradings no financiamento da safra brasileira. (Assista à reportagem)

A crise financeira tem pressionado o governo a atender antigas reivindicações do setor agrícola. Após autorizar, esta semana, a aplicação de parte dos recursos do Prodecoop em capital de giro, o Ministério da Agricultura pretende anunciar a criação de uma linha específica. Ao que tudo indica, somente parte R$ 2,5 bilhões reivindicados pelas cooperativas vai ser liberada.

? Isso já vem sendo discutido, continua sendo discutido e a gente imagina que vamos tentar equacionar isso o mais rápido possível ? afirma o secretário de Política Agrícola, Edílson Guimarães.

Com a retração das tradings, a participação das cooperativas no financiamento da safra agrícola aumentou. Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) mostram que só na região Sul, 50% da produção está vinculada às cooperativas agrícolas.

? Capital de giro nas cooperativas significa capital de giro para o produtor fechar o ciclo de produção e continuar o processo produtivo sem grandes prejuízos no seu volume de produção, sem prejudicar a sua renda ? diz o presidente da OCB, Márcio Lopes.

O Ministério da Agricultura também está preocupado com a venda da safra agrícola. Na proposta orçamentária apresentada ao Congresso, pediu R$ 4 bilhões para garantir a comercialização no próximo ano. A bancada ruralista achou pouco e tenta conseguir mais R$ 1bilhão. As cooperativas ainda consideram os recursos insuficientes para garantir renda ao produtor.

? Nós sabemos que são insuficientes, mas é necessário que se comece a trabalhar com alguns números. Mas no decorrer do processo vai se irrigando o sistema, na medida das necessidades dos setores que têm maiores gargalos ? afirma Márcio Lopes.